Sunday, June 28, 2009

beber e escrever é a solução

Caros amigos, o tempo voa e eu acho que está passando mais rápido do que nunca nesta minha curta vida. Será que eu estou indo muito devagar? Encontrei o Paulo Corrêa para comprarmos nossas passagens para Parati, pois na quarta-feira estaremos lá na abertura da FLIP vendo os shows de Romulo Froes e Adriana Calcanhotto.

Comprar passagens de ônibus é tão chato quanto amarrar os sapatos. Claro que o motivo para estas duas ações costumam ser boas. Partir, andar, viajar... Mas comprar passagem ou ingressos para eventos e amarrar sapatos é muito chato. A gente perde muito tempo fazendo isso, você já calculou? Só para garantir alguns ingressos para as mesas lá da FLIP fiquei 47 minutos no telefone e gastei 16 reais. É ridículo perder tanto tempo assim. Entende o motivo d'eu querer o teletransporte?

Enquanto aguardava meu caro amigo jornalista na rodoviária de Limeira, que não tem nem um lugar decente para ficar, comprei a Rolling Stone e fiquei folheando. Vez ou outra levantava a cabeça para observar umas bundas que por ali passavam. Algumas não pareciam ser bundas limeirenses, mas como ando meio desligado e há um tempo não saio por aqui não dá para precisar. Eram três da tarde, o Paulo tinha combinado de tomar umas com minha colega de classe Dani Marchiori. Eu tinha (tenho) uns trabalhos para fazer antes de viajar, mas não achei justo sair apenas para comprar passagens, isso é muito chato. Então fui ao boteco.

A Dani foi para a Itália, voltou há uns dias e o cartão postal que ela me prometeu ainda não chegou em casa. Botamos o papo em dia na companhia do grande Cristiano Kock Vitta com quem divaguei por horas sobre jornalismo. É uma aula trocar uma ideia com o Cris, sem puxa-saquismos. Gosto da visão que ele tem da profissão e dos conflitos que ele vive. Só quando ele fica muito bêbado eu não consigo conversar muito mais (mas sem crises, Cris), mas hoje em especial tivemos um papo bem produtivo, inclusive sobre blogs e a não obrigatoriedade do diploma para ser um jornalista.

Eu tenho muitos amigos jornalistas. Mesmo tendo estudado tão pouco na faculdade criei uma brodagem com estes caras que foi bacana e importante para eu fixar residência aqui na cidade. Na tarde de sábado encontrei com os parceiros de boteco, os jornalistas André Montanhér e Luiz Biajoni (que já polemizou bastante esta questão de não ter diploma e trabalhar como jornalista, bem antes desta decisão do STF) e o músico e arquiteto Maurício Cash. Fomos para nossa primeira missão para a coluna Além dos Botecos em um bar que nunca tinha pisado antes. A nova coluna entra no ar em breve.

À noite encontrei Oliver Mann, Janaína Botechia, Agnaldo Rodrigues, Dani Graf e todo o povo da confraria da laje na festa da Aure que comemorava o aniversário. Comentei da coluna e os caras se revoltaram porque a ideia de analisar os bares da região surgiu quando tomávamos umas no bar do Rizzo há uns dois anos. Isso é engraçado, porque a ideia fica na gaveta por anos e ninguém mais toca no assunto, quando a gente resolve botar em prática a galera se rebela dizendo que traímos o grupo. Óbvio que esta polêmica é importantíssima para repercurtir (uma mistura de repercutir e curtir, sacou?) a parada. Como diz Marcelo D2: vamos fazer barulho! (ei, eu só tô tirando onda, a gente faz barulho prá gente mesmo e é isso o que importa, mas quem sabe um dia...)

Bom, a questão é que o espaço está aberto para os brothers e sisters que quiserem participar. Beber em boteco é um grande barato e estar com os amigos é importantíssimo. E acho legal, hoje, poder estar na roda com os amigos e também com meus irmãos e cunhada. Vivemos um momento raro de nossas vidas, porque nunca saímos juntos e agora anda rolando isso, fico feliz pacas.

Ainda sobre a nova coluna. Biajoni e Paulo Corrêa sugeriram criar um blog para o Além dos Botecos. Hoje tentei criar um no wordpress e no blogger. Nem um nem outro me agradou, não gostei dos layouts que encontrei, da cara que o blog ficou, então a coluna vai ficar aqui mesmo. Sugeri ainda que fosse uma coluna itinerária. Rodamos de bar em bar e escrevemos de blog em blog. O Guina achou que deve ficar aqui mesmo. Eu concordo com ele. Se tiverem outras sugestões, opinem, mas como gosto de dizer: isso aqui NÃO É UMA DEMOCRACIA!

Estava com saudades de dar as caras por aqui. Vou ver se escrevo mais agora em julho. Talvez direto da FLIP, talvez na volta, amanhã, talvez...

*****


Um PS do tamanho de um post:

Todo o povo que bloga que foi citado no post está linkado aí do lado. Mas tem um blog que não está aí na lista que é o ALA & Amigos, o blog da Associação Limeirense de Atletismo, que é a menina dos olhos da Dani Graf.

A lista de links tá bem maior. Confira:
  • o blog do Nada Audiovisual, que você ainda vai ouvir muito por aí, traz a triste notícia da morte de Mora Fuentes;

  • o Doni é tão querido que tem dois links (um no Marcos e outro no Donizetti), o homem tá no verbeat e no interney, e recentemente juntou Baden Powell, Vinícius de Moraes e Isobel Campbell, ouça;

  • o Drops da Fal (Azevedo) já é famosíssimo e você deve conhecer. Eu tive o prazer de assistir a mesa dela com os manos Bia e Branco em Campinas;

  • o meu mais novo grande amigo Daniel Martins escreve sobre a arte de ver crianças em cena, mas no último post fala da rápida visita que fez à minha coleção de disquinhos;

  • a querida Patrícia Carvoeiro, que conheci há pouco mas já tive o prazer da companhia no show do Francis Hime, porque a gente é fino. Ela me enviou um romance em PDF e vou ler nas férias, mas você pode ler já o cor-de-rosa e carvão;

  • minha colega de trabalho Renata Gazola divide comigo os momentos geek nos intervalos lá na escola. É bom saber que trabalho com uma blogueira de carteirinha;

  • e por último mas não menos importante, o brother, presidente da Confraria da Laje, o jornalista Agnaldo Rodrigues é o passageiro 34.
Cliquem aí e aproveitem.


Wednesday, June 24, 2009

hoje é terça-feira

Tudo bem, já é quarta-feira, mas você sabe que para mim o dia seguinte só começa depois que eu dormir e acordar. E como estou ouvindo semáforo do Vanguart, digo que hoje é terça-feira.

Acabo de voltar do Dona Breja, um bar bacana de Rio Claro, onde estava celebrando o final do semestre com alguns dos meus queridos alunos. E é com este leve grau etílico que trago uma novidade para você que aqui passa: o blog terá uma nova coluna escrita por mim, pelo André Montanhér e por Maurício Vigerelli.

Sem delongas, com a arte de Raquel Humphreys e o texto inaugural de André Montanhér: ALÉM DOS BOTECOS!





Gole inicial

A cultura dos bares nunca foi e nem será aceita nos meios acadêmicos e mesmo pela tradição intelectual. Nem poderia. E nem quer. A cultura de bar sobrevive paralela a isto, unindo setores os mais díspares da sociedade, as mais díspares das classes sociais, opiniões, sexo, raça e religião. Não tem síntese, antítese, tese, é orgástica e anárquica, estabelecendo o debate livre antes de qualquer coisa, destruindo todo e qualquer paradigma.

Perde o foco o sistema, ganha foco o homem. Perde o foco a sexualidade, ganha o foco o sexo. Sexo sujo, política suja, futebol sujo, tudo muito sujo, aos olhos da cultura tradicional. Se sujo é sinônimo de verdadeiro, sem Freud ou Marx para ficar bolando uma metáfora ou sistematização, o bar é o templo sagrado da verdade.

E mesmo anárquica, e até por isto, esta cultura se torna complexa, profunda e intensa. No que tange à estrutura de produção teórica, revolucionária, até. Enquanto Domenico de Masi queimava cópias e deslumbrava estudantes com o seu “Ócio Criativo”, a cultura de boteco já estabelecia o bar como espaço-tempo fundamental do questionamento da angústia capitalista traduzida no trabalho incessante. Uma máquina que gira em benefício de si mesma, que esmaga os colaboradores, e depois morre sem sentido, e que não tem no socialismo uma crítica real, do ponto de vista humanista.

O bar é a pátria dos verdadeiros revolucionários, um espaço-tempo onde a própria ladainha leninista fica suspensa no ar, dando margem a uma invasão anárquica de signos, cores, pessoalidades. O ego perde a majestade, e é preciso muito jogo de cintura, pois após iniciada a cerimônia da embriaguez, os conceitos se tornam fluidos e se atira para todos os lados, vários lados diferentes, independentes e livres. Ao mesmo tempo, sexualidade e futebol ganham o espaço da política e da economia, estabelecendo uma nova estrutura que tem o ser-humano como parâmetro.

Inebriados por este sentimento, três amigos iniciam agora uma Odisséia sagrada. O objetivo é conhecer, desvendar, literalmente beber a realidade dos bares de Limeira. Saber onde realmente se processa este jorro orgástico. Depois traçar em trôpegas linhas os relatos neste blog. Iremos onde nenhum de nós jamais foi, aos mais inacessíveis botecos de periferia, desafiando a fisiologia e até a cultura tradicional, ingerindo salgados e ovos coloridos ao som de músicas das mais RÁPIDAS (Adorno, Frankfurt, e coisa e tal). Torresmos e até sardinhas estão inclusas, não importam QUANTO TEMPO ESTEJAM EXPOSTAS NA VITRINE.

Levaremos nestas viagens fiéis companheiros de jornada, ou mesmo convidados especiais que só nos honrarão com suas presenças. Em cada bar, em cada estabelecimento que propõe a revolução cultural etílica, faremos um relato pormenorizado subdividido em pratos principais, música, ambiente e preço da cerveja. Não daremos nota ou coisa parecida, até por que isto seria demasiado fascista.

Venha conosco nesta emocionante aventura. Grande abraço.


OBS: o “Além dos Botecos” abraça a campanha CAZUZA TAMO JUNTO, do consagrado ator Theo Becker.

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Sunday, June 14, 2009

um minuto na vida

Tudo o que eu mais tenho pensado ultimamente é em teletransporte. Trabalhar em três cidades diferentes, viajar para cá e para lá para encontrar amigos, participar de uns eventos, enfim fazer parte do mundo é algo que exige tempo para se locomover. E eu realmente pagaria para ser teletransportado. Porque o tempo é tão raro e tão caro. Penso nisso e na importância dos segundos ou nas diferenças que isso faz nas nossas vidas.

Em uma sexta-feira de manhã saí de casa no horário para uma reunião em Piracicaba. Na noite anterior, estava assistindo uma entrevista do Maurício Pereira na internet e pensei que seria bacana pegar a estrada para Pira ouvindo o Pra Marte. Eis que acordo no horário, me preparo, saio tranquilo, mas quando chegava na padaria para comprar um pão de queijo notei que tinha esquecido o disco em casa. Bah, não vou voltar só por isso. Tem bons sons no carro para ir ouvindo.

Na estrada vou comendo o pão de queijo que estava bem bom e ouvindo alguns sons novos que o Biajoni passou pro meu pen drive.
Vinte e oito minutos de viagem, faltavam dois minutos para eu chegar no destino final, viro uma esquina, um carro que deveria parar não parou e aí eu tive que jogar o meu para o lado e pum! Bati em um carro parado.

Tive que trocar umas peças com nomes bizarros e correr atrás de boletim de ocorrência, levar o carro para mecânico, fazer análise para a seguradora, só coisa boa, percebe? Mas o carro não estragou muito, o que estragou foram os meus dias (que já eram curtos) e também minha conta bancária (que agora está arrombada).

Será que se eu voltasse para pegar o disco do Pereira nada disso teria acontecido? Aí já fico lembrando de "de caso com o acaso", "amores possíveis", "não por acaso", "efeito borboleta" e todos estes filmes que falam do que poderia ter acontecido se você mudasse uma coisa mínima no seu dia. E então fico divagando sobre o instante anterior, porque ele é fascinante.

E não é só de teletransporte que eu preciso para ontem. Eu preciso ser um melhor gerente do meu tempo. E não vai dar para esperar mais. Por isso começo agora esta minha nova promessa do ano. Botar a casa em ordem e trabalhar sem reclamar. Quero e preciso de ter tudo em dia. E sei que vai levar dias, semanas, talvez meses. Na verdade, acho que anos... Mas não dá para esperar nem mais um minuto. Chega de bla bla bla, Fábio!

No entanto achei de bom modo vir aqui dar um alô depois de ver o post do Adão Iturrusgarai que ficou uma semana fora e apareceu pedindo desculpas aos leitores por estar longe do blog. Eu, como um cara educado que sou, resolvi fazer o mesmo. Desculpa se veio aqui antes e teve que deparar comigo gritando desafinado no vídeo abaixo.

Desculpa pedida e esclarecimento pelo sumiço dado. Fui.

Monday, June 01, 2009

é que no peito do desafinado também bate um coração



batman admira a arte


Rafael Godoi é um grande músico e colega de trabalho. Este aí é o filho dele desenhando enquanto Batman observava o que ele fazia. Sábado participei de um show com os professores da Cultura Inglesa. Me diverti muito tocando com meus professores e agora colegas de trabalho: Marcello, Sérgio, Zé, Patrick e o Rafael. Mas o mais legal foi cantar o na nana na, de Hey Jude ao lado deste guri da foto!

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