Sunday, May 30, 2004



high fidelity

People worry about kids playing with guns, and teenagers watching violent videos; we are scared that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands - literally thousands - of songs about broken hearts and rejection and pain and misery and loss. The unhappiest people I know, romantically speaking, are the ones who like pop music the most; and I don't know whether pop music has caused this unhappiness, but I do know that they've been listening to the sad songs longer than they've been living the unhappy lives.

Comecei a ler Nick Hornby, e definitivamente o livro me parece muito mais interessante que o filme porque eles falam dos lugares de Londres, e mesmo tendo visto o filme varias vezes eu ainda nao trabalhava numa loja de discos como agora, e ja vivi muitos momentos do High Fidelity aqui, tipo daquele cliente amigo que aparece na loja todas as semanas mesmo que ja conheca ou tenha todos os discos que temos la, e ate o nome dele eh parecido, ou de mandar cliente mala embora dizendo para comprar em outro lugar. Isso, alem de todos os outros fatos que me fez ficar vidrado no filme. To adorando.

Em Barcelona eu li o Espere a primavera, Bandini, primeiro livro do John Fante que leio. Foi deixado para mim pela Amanda, porque nao coube na mala. hahaha... Valeu, meu! Quero mais livros do homem!

Eleito o melhor blog de 2003 no Indie Destaque, organizado pela midsummer madness, o Yer Blues voltou a ativa com novo dominio. Leia! Eu recomendo!


Saturday, May 29, 2004



heaven knows i'm miserable now

Estava trabalhando no pub servindo os clientes de sempre e um deles eu nao conhecia (era um pub que eu frequentava antes de trabalhar la, bebia de graca, sabe como eh...e aos poucos fui conhecendo todos os frequentadores, bom, mas o que eu nao conhecia, vamos a ele), engravatado e conversando serio com um musico aposentado (ja falei que sao varios velhinhos que frequentam la e tem uns senhores que ja tocaram em orquestras, tem um russo pianista, um ingles saxofonista e por ai vai) e quando eu estava fechando o bar, o Toby (o dono do pub, e este eh o ultimo parentese que abro, nao se preocupe) veio me dizer que aquele senhor engravatado ali era um jornalista musical e que o nome dele eh Johnny Rogan e eu me pergunto porque foi que ele nao me falou isso antes, enquanto um dos maiores rock biographers estava ali do lado tomando sua cerveja. Talvez porque ele sabia que eu ia querer sentar do outro lado do balcao e ficar bebendo e conversando, mas tudo bem, qualquer dia ele volta.
Johnny Rogan escreveu, dentre varias outras biografias, Morrissey & Marr: The Severed Alliance.

Agora vamos ao resumo da semana:


Estou num cyber-cafe, meu tempo vai acabar.
Mas logo mais tem mais, ate!


Wednesday, May 26, 2004




Perae que ja vou atualizar...


Saturday, May 22, 2004



a hora e a vez do cabelo nascer

To usando um produto para a evitar a queda dos meus finos cabelos e espero que esta porra funcione, porque a cabeca ta ficando quente pra caralho!
Para quem nao sabe, eu uso o blog como diario mesmo, entao isso aqui voces nao precisam ler, eh soh para eu saber, no futuro, quando foi que comecei usar o produto.
Carecas que estiverem lendo, o nome do remedio eh regaine.

Navegando em casa ouvindo Mopho, ate parece que eu to no Brasil! Que viagem...
Estes dias eu separei os CD's aqui. Nacionais estao na sala e os gringos estao la em cima no quarto, os disquinhos de Londres ja estao com cara de colecao, logo mais eles vao conhecer os disquinhos amigos de Limeira.


Wednesday, May 19, 2004



good day sunshine

Fala ae, pipou! Tudo bem?
Desta vez o verao chegou para ficar, ja posso sair de camiseta e nem levo mais uma blusa na bolsa.
Tenho varias coisas legais para contar, mas vou resumir que quero pegar um filme daqui a pouco na sessao da tarde la no Prince Charles Cinema.
Segunda-feira a tarde estava folheando a nme e vi que tinha um pocket show do Graham Coxon na HMV. Corri, mas soh pude ver mesmo as ultimas duas musicas, na verdade, nao vi muito, nao, porque a loja estava lotada e sem o oculos ficou dificil. Mas depois eu mostro as fotos que tirei. Encontrei uma amiga la que ama o cara e vai assistir todos os shows dele aqui na Inglaterra!
Foi o dia do lancamento do Happiness In Magazine e lancamento do novo disco do grande Morrissey, comprei os dois, mas no momento eu to ouvindo Teenage Fanclub.
Bom, depois da cerveja fui para o Momo's para conferir o show do Jairzinho, que foi legal, show de um cara que ja veio pra ca varias vezes e que ja sabia o publico que encontraria naquele festival Brasileiro e tocou varios super hits, classicos da MPB pra todo mundo cantar junto. A cozinha (baixo e bateria) era a mesma que vi com a Fernanda Porto. Os caras sao muito bons! Daniel na bateria e Robinho no baixo. A noite foi boa.

Ontem, passei a tarde conversando com o jornalista Celso Barbieri.
Ele estava trabalhando nos computadores do meu chefe e eu fiquei la perturbando.
Uma tarde bem legal, ouvindo varias historias, conversas sobre musica, cinema, novos projetos, poemas tirados de dicionario, Barcelona, artistas espanhois, vida em Londres, novas do Brasil, velhas da Inglaterra e foi bem produtivo, a mente e a alma agradeceram.

Got to go, I'm late!


Thursday, May 13, 2004



andré & ivone

Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperta o passo, por causa da garoa

Me empresta um par de meias
A gente chega na sessao das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanha é sua vez

Vem cá meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você

Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
A mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão

Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som.

Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
É a chave o que sempre esqueço.

Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo.
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um pro outro:
"-Estou com sono, vamos dormir!"

Vem cá meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.

Quero ouvir uma cançao de amor
Que fale da minha situaçao
De quem deixou a segurança do seu mundo
Por amor
Por amor.


O primeiro da galera de Limeira que vai casar. E é hoje!
Fico triste em ter que mandar um abraco virtual, mas a vida tem destas coisas...
André e Ivone, felicidades!




cool as milk

Ja ouviu Inspiral Carpets?
Eu ouvi pela primeira vez no Japao, com o Marcio.
Ow velho, eu ouvi suas mensagens! Mandei uns e-mails, mas voce sumiu!!!

O Marcio curte muito punk rock, me emprestou o Mate-me, por favor, que eh um romance lindo, com historias contadas pelos proprios personagens, sobre os primordios do punk, quando o som ainda nem se chamava punk, onde voce viaja no tempo e ve Patti Smith declamando poemas no CB/GB, com Andy Warhol e uma banda chamada Velvet Underground, Iggy Pop doidao, a banda dos caras doidos por carros do MC5, eu recomendo!

Este meu camarada foi responsavel por me jogar no rock de novo. Quando o conheci, estava ouvindo O Clube da Esquina, Bossa Nova, Jazz e afins. A gente trabalhou junto uns seis meses e durante muitas madrugadas ficavamos conversando sobre som, muito som, rock alternativo, indie rock, o cara assitiu o Junta Tribo e cada dia a gente lembrava de uma banda lembra do Boi Mamao!?, no outro dia ah! e eu que comprei um CD do Linguachula por um real e noventa e nove centavos! um achado!. E assim a gente matava o tedio, nos coffe-breaks a gente acendia o cigarro e ficava tocando Strokes, cada um fazia o som de um instrumento e ficava bem louco. E sempre que tinhamos um som na frente, tinha que rolar o cabra-cega (alguem ae lembra da Bizz?), de ter que descobrir qual era a banda e qual era a musica e sempre rolava as historias, mas o Marcio quase sempre ganhava, mas soh porque ele eh mais velho! hahaha... E ele ta no Japao, e eu aqui na Inglaterra, mas continua a brodagem, do mesmo jeito que ele ia em casa, via que eu tinha gravado Dead Can Dance e nao estava ouvindo muito e me dava um esporro, ele liga aqui e diz: Po, ta trabalhando com musica, bem louco, hein? Musica Brasileira... Ta indo pra varios shows, maaassa! Shows Brasileiros, neh? Ta morando com uma galera legal ae! Soh Brasileiros... Que bom que voce ta em Londres, neh Fabiao? Nao precisa falar mais nada, neh? Mas brother eh assim mesmo, puxa a orelha e a gente vai aprendendo.

Bom, isso tudo para dizer que estou curtindo uma coletanea do Inspiral Carpets que eh uma banda bem legal.
Valeu, Marcio! E ve se liga ae, mano!




Tem umas coisas que soh acontecem comigo.
Em cima da loja tem dois flats, o vizinho de cima esta reformando a cozinha, hoje cheguei na loja, abri e fiquei alguns minutos paralisado ateh entender o que estava acontecendo: metade do teto caiu, teve um vazamento enorme de agua, a prateleira do meio da loja virou uma piscina, soh vi a testa do Baden Powell fora da agua, ou entao o Humberto Gessinger dentro da piscina sentado no sofa na capa do Tchau Radar, eu acho. Deve ter uns mil e quinhentos CD's imersos ali.
Vim para casa buscar minha camera fotografica e enviar um e-mail para meu chefe que esta no Mexico.
Vou la salvar os musicos que nem todos devem saber nadar...
Phoda.


Wednesday, May 12, 2004



Procurei um alguém
E lhe disse meu bem
Você quer entrar na minha?
Acontece porém que eu não sei me entregar
A um amor somente
Quando ando nas ruas
Fico só namorando e olhando pra toda gente
Coração ligado
Beat Acelerado



Segunda-feira fui no Momo's, lugar que preciso mostrar umas fotos para vocês, o bar Marroquino, com tapetes, pufs (poofs?), sofás, luz de velas, é chique, aconchegante, com um palco bem baixo,daqueles que é só um degrau e dificilmente cabem todos os músicos nele.
Fico sabendo das apresentações que rolam por lá pela Laure, uma francesa muito simpática que é promotora independente de world music aqui em Londres e sempre me recebe super bem nas noites de música Brasileira que promove.
E segunda-feira foi noite de bossa-eletrônica, com o Metrô:
Virginie, Dany e André na guitarra que substiuiu o Yann da formação original.
Tocaram as músicas do Déjà Vu, o disco de retorno da banda, um show bem chill out, aquela cool bossa com algumas interferências de eletrônica, algumas músicas em Francês e tocaram Le Premier Bonheur Du Jour que os Mutantes me apresentaram antes, até que tocaram Sua Estupidez do rei e entrou uma guitarra bem pesada e eu gostei. Mas o que eu mais gostei mesmo, foi que pela primeira vez ouço uma canção do roque brasileiro dos anos oitenta (onde tudo começou...) sendo cantada para mim! Sim, é verdade, a Virginie cantou Beat Acelerado olhando para mim! ha!ha!ha! Tem uma explicação, mas não vou contar aqui. Estava com uns amigos de testemunha.
Deveriam ter umas vinte pessoas assistindo. Entrou para a minha história.

O Metrô tocou em Lisboa, Paris e Londres, estão lançando o disco em Portugal e deve sair na Inglaterra também, no Brasil disseram estar rodando bem independente mesmo, que não querem mais fazer programas toscos de TV, afinal já fizeram o suficiente nos anos oitenta.
Eles tocaram na loja lá do centro (aquela da febre Brasil), e o Dany só confirmou o que andei dizendo antes aqui: "A gente tocou lá, mas o povo tava mais querendo ouvir pagode". A guitarra pesada ficou explicada quando soube que o André, é o guitarrista do Okotô, e conversando com o Dany, ele disse que costumam soltar mais a guitarra, mas não ia rolar ali no bar que tava mais para bossa mesmo. Em Portugal, me contou todo empolgado que um dos caras dos Streets estava assistindo e curtiu o show.
É isso.

Saindo do Brasil... As vitrines das lojas aqui estão com a coletânea dos Pixies e com a bola da vez, que já disseram ser o melhor disco do ano antes mesmo de ser lançado, da banda que não tem guitarra, o Keane.
Não sei como é esta eleição, mas tô com o CD no discman e não vai sair dali tão cedo. Eu gostei deste Hopes and Fears.


Tuesday, May 11, 2004



salve dalí




Monday, May 10, 2004



o som do sol

Nada como um show após o outro para melhorarmos o astral.
Fui para o Barbican, que fica próximo a estação de Moorgate, em um complexo de prédios, e para chegar lá fui andando pelos corredores que ligam um prédio a outro, num labirinto legal, no meio tem uma espécie de lago artificial, um café ao lado e entrando no lindo Barbican fiquei ouvindo a banda Jazzinho tocar enquanto procurava pela Daniela que tinha um ticket reservado para mim, para assistir o grande Hermeto Pascoal.
Adorei o espaço, tenho uma tara em ficar observando os estilos diferentes das pessoas que frequentam estes concertos, peguei minha cerveja e fui para a minha poltrona.
Barbican lotado, sobem no palco vinte musicos, e dois deles são maestros, uma vocalista como convidada que no meio do show revelaram que era a namorada do Hermeto, e o bruxo da música universal com o seu chapéu.
Hermeto Pascoal tocando uma singela canção no piano inicia a apresentação. Começo entrar em transe quando a orquestra manda as loucuras musicais deste gênio que não permite ter limites, músicos excelentes, um baterista virtuosissimo chamado Mark Mondesir, palhaçadas do Hermeto com o maestro Jovino Santos Neto só faz o show ter mais cara de espetáculo, histórias sobre como ele criou certos arranjos, exigências engraçadas com os músicos no meio das músicas do tipo pedir para cada um dar um pulinho quando for a vez de cantar (e eram apenas uma palavra e ficavam músicos pipocando ali no palco), Hermeto tocando a chaleira e observar a orquestra (quase todos gringos) vidrados naquilo, fazer o público participar como se fossemos um outro instrumento da banda, Adriano, Fabião, Danilo, André e Renato, meus amigos músicos de Limeira, como queria que estivessem ali comigo, foram mais de duas horas de apresentação para um público que aplaudiu de pé este senhor BRASILEIRO, que faz a gente chorar de tão bom que é participar de uma maravilha de show destes.

Quem ainda não o viu, precisa ver. O homem é phoda!
Daniela Cestarollo, muito obrigado.

Mudando o estilo, mas ainda na música...
O Keane está tocando agora (meia noite) na Virgin Megastore na Oxford Street, mas eu trabalhei hoje e não deu tempo de conseguir a minha entrada, vai ficar pra próxima.
Para não me frustrar mais com shows perdidos por falta de ingresso, já comprei o meu ticket para ver o Wilco em julho.

E no mais, não tem mais. Tô aqui cuidando das gatas e por isso fico na internet, porque não acredito que elas entendam quando eu fico revoltado ou empolgado falando dos shows e tals...

Aquele abraço!


Saturday, May 08, 2004



samba pra burro

Acabei de voltar do show do Otto que teve no ICA. Ele estava acompanhado de sua ótima banda que já está com ele há alguns anos, só com o guitarrista diferente, que me desculpem, mas não lembro o nome.
Voltei um tanto decepcionado com o show, e acho triste, porque o último que vi, ele estava abrindo para a Nação Zumbi, ele devia estar muito chapado e o show foi mesmo um porre e o único que realmente gostei foi o primeiro que vi no Sesc Ipiranga. Mas desta vez eu não estou decepcionado com o Otto, e sim com um auê envolvendo o Brasil que está rolando nestes dias aqui em Londres.
Uma grande loja de departamento chamada Selfridges diz estar celebrando o Brasil neste mês. Pelo que me disseram, cada ano eles usam um país como tema e passam todo o mês de Maio divulgando – que se fosse traduzir seria vendendo ou USANDO - este país. E em 2004, o “felizardo” é o nosso Brasil.
Eles trouxeram uma maquete do Cristo Redentor e colocaram na frente da loja (como um menino propaganda), que fica no centrão de Londres, na Oxford Street. Enfeitaram as vitrines de verde e amarelo, tem algumas empresas patrocinando este oba-oba e a brasileirada feliz vai lá marcar presença, passear, mesmo que não vá comprar uma sandália (as originais!) por vinte libras ou nem saiba quem é Otto ou Patrícia Marx, o que importa é que o povão do Brasa tem um novo point (urght) no centro de Londres, e pode ser o lugar que vão para ver outros tantos Brasileiros, de repente trocarem informações, conseguirem um emprego ou só para se sentir em casa já que deve ter muita gente falando Português, porque para muitos falar Inglês aqui é segundo plano. Bom, se vocês fizerem uma busca aqui na internet, vão saber do que se trata, porque eu não estou escrevendo para contribuir com este oba-oba, mas para questionar.
Claro que um grande evento pode levantar muito a bola do Brasil, mas desde que seja fiel, que seja feito por quem sabe com o que está trabalhando, e não por gringos que tenham a idéia apenas do esteriótipo que criaram do Brasileiro, do Brasil.
Eu que amo o Brasil, não seria Brasileiro na visão de muitos gringos, afinal, sou Japonês, nascido no túmulo do samba e não gosto de futebol.
Quero conferir a loja quando tiver tempo e acreditava que mesmo que fosse um Brasil pra gringo ver, estava animado com o lado musical, até ver que nem na música estes caras deixaram de tramar, porque vieram artistas de uma única gravadora. Otto, Jairzinho, Patricia Marx e Wilson Simoninha. Gosto deles e vou querer conferir todos e fiquei feliz ao saber que poderia vê-los todos com exceção do Simoninha em shows paralelos ao que vão apresentar na tal loja. O Otto tocou no ICA e o Jairzinho e a Patricia Marx vão tocar no Momo’s, onde já tenho carteirinha.
Agora voltamos para o início do post: As apresentações dos artistas são curtas durante o dia inteiro, para que o povo possa vê-los indiferente do horário que passar por lá, e os músicos ficam à disposição do evento, como se fossem aqueles caras que se vestem de Mickey Mouse e ficam acenando para as crianças na Disney, que deve ser um trampo chato pra caralho. E o Otto quis dizer que estava feliz, mas ele largou mesmo foi um: Tô cansado pra caralho . E os caras são ótimos e tocaram uma horinha, mas eu gosto de show onde o músico está presente, onde você sente a energia da banda, e neste tudo o que eu vi foram músicos que fizeram vários pocket-shows durante uma semana em uma loja de moda para um público indiferente para o som deles e que estavam mais afim de terminar esta última apresentação, mesmo que fosse a única em palco mesmo e voltar para casa. Me irritou também a merda de um telão no fundo do palco, rolando um DVD de escolas de samba, que definitivamente não era fundo de palco da nova turnê do Otto, até quando o Brasil vai ser samba, mulata e futebol (?) e com legendas que ficavam aparecendo no rosto do baterista, DVD que acaba no meio do show, com o letreiro subindo, depois com chuvisco e reiniciando, um trabalho nojento, e que claro alguém do público gritou para desligar a porra do telão (quem me conhece sabe quem gritei)... E eles estavam tão podres que nem ligaram para nada.
No final, vi um velhinho que tinha visto antes, todo estiloso, hippie, daquele do tipo que veio andando do Woodstock e chegou agora por aqui, e o cara tira uma câmera digital da bolsa para fotografar o Otto. E o hippie com a câmera digital na mão me chocou (sim, eu ando me chocando com muitas coisas ultimamente) e fui embora sem saber se ia ter mais algum bis. It's the end of the world...

Tô de cara com tudo isso, tô de cara com este povinho que acha tudo ótimo mesmo que não esteja entendendo nada do que está rolando, tô cansado desta visão deturpada que muita gente tem dos Brasileiros, tô cansado desta vida de proletário, eu preciso estudar logo que tá foda ficar vendo o tempo passar, vendo absurdos acontecerem e não ter uma titulação para fazer algo onde alguém possa me ouvir sem eu ter que ficar gritando e pau no cu destes merdas que acham que podem fazer o que bem entendem com qualquer pessoa ou no caso, qualquer país.


Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão!



Friday, May 07, 2004



la vida es sueño

E aí, pipou!? Tudo bem? O que andam fazendo de bom?
Vai fazer uma semana que voltei de Barcelona e só agora atualizo o blog porque estou de volta à correria. Uma semana de férias é muito bom, mas quando elas terminam, leva ao menos uma semana para colocar o dia-a-dia em dia, sabe como é?

Viajei pensando em conhecer Barcelona, Madrid e de repente até Lisboa. Mas fiquei só em Barcelona mesmo. Primeiro porque tive uma ótima primeira impressão da cidade, segundo porque estava de férias e não no pique de ficar fazendo mala a cada dois dias, pegando avião, trem, ônibus ou o que fosse e procurar outro albergue para se instalar e terceiro porque não conhecendo as outras cidades, é mais um motivo para voltar para a Europa qualquer outra hora.

Barcelona tem um clima delicioso, a cidade é bonita, vários grandes artistas moraram lá e a deixaram ainda mais interessante.

Fui para alguns parque lindos, o Park Güell onde Gaudí morou os últimos vinte anos de sua vida e tem umas casas dele lá, maravilhosas, o parque tem uma entrada surreal. Montjuïc tem uns jardins maravilhosos e eu andei ali sozinho, tive a impressão de estar invadindo o jardim da casa de alguém. Passei uma tarde inteira sem fazer nada, largado na praia, ventava um pouco, mas o sol estava lá comigo, diferente do sol de Londres, se é que você me entende.

Estas viagens pela Europa também servem como uma grande aula da história da arte. Fui para a fundação Miró, visitei o Museu Picasso que é muito bem organizado e adorei conhecer um pouco da obra deste grande artista que morou lá muitos anos de sua vida. Fiz algumas anotações, do tipo 1901, quando ele conhece Rimbaud e Baudelaire e reflete sobre a tristeza e inicia o que ele chamou de Epoca Blava, onde pinta muito o blue e adoro quando existem estes encontros dos grandes nomes da arte. Estava tendo também uma exposição do Dalí, e como ando muito interessado na obra dele, nem pensei duas vezes para entrar, ver vários trabalhos deste louco genial, e ficar viajando querendo ter o Dom Quixote ilustrado por ele. Preciso visitar a exposição do Dalí que tem aqui em Londres.

Fui ver a igreja da Sagrada Família (trabalho de Gaudí), passava em Las Ramblas direto (onde tem um desenho do Miró no meio do calçadão), Arco do Triumfo, vários parques, vi onde rolou as Olimpíadas de 92, enfim, fui turista e fui feliz.

Fiquei num albergue louco, onde muitas vezes nem precisávamos sair de lá para curtir a noite, às vezes não precisa sair nem do quarto!
Good travellers!


Saturday, May 01, 2004



I'm back!


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