Wednesday, August 30, 2006

these dark cafe days

Depois de sair da faculdade, passei alguns dias (talvez semanas) um tanto frustrado com a sensação de abandonar um sonho.
Como sempre fui muito entusiasta em relação ao curso, vivia comentando sobre o quanto eu curtia estudar, com amigos, alunos e quem aparecesse para um papo.
Conheci muita gente bacana neste tempo e o círculo de amizades foi só aumentando.
Estava em um ritmo frenético: saía de casa antes das sete da manhã, dava uma aula, ia para a televisão onde tinha contato com dezenas de pessoas por dia, costumava almoçar fora com algum amigo, ia para a escola de idiomas e trabalhava até à noite, seguia para a faculdade onde encontrava mais alguns universitários com idéias interessantes, e ainda antes de voltar para casa dava uma parada em algum boteco da cidade.
Já faz uns meses que parei com o curso de jornalismo e com o estágio na tv, e é até óbvio que o contato com todas estas pessoas diminuiu drasticamente.
Acontece que ver os rostos das pessoas tombando pro lado com cara de pena, cada vez que eu falava que tinha parado com o curso, definitivamente não é o que eu quero na minha frente.
Deixei de ver sentido em muitas coisas e andei mais caseiro mesmo.
Só que nunca bebi tanto sem sair de casa. Calma, caro leitor, eu explico. Nas últimas semanas eu tenho ficado em casa ou na casa de amigos jogando truco, pôquer interminável, war, banco imobiliário, desconfio, e não pensando muito.
É isso. Vejo filmes para me entreter, jogo e bebo para não pensar e... engordar.
Sim, é verdade, engordei horrores. Mas é só uma fase.

Para os bons amigos que perguntam porque desapareci, eu digo agora que é só uma fase, onde prefiro me esconder atrás de garrafas de cerveja no fundo da casa de algum amigo. É só uma fase.

And he drinks at home now most nights with the tv on
And all the house lights left up bright
I'm gonna blow this damn candle out
I don't want nobody comin' over to my table
I got nothing to talk to anybody about
All good dreamers pass this way some day
Hidin' behind bottles in dark cafes
Dark cafes
Only a dark cocoon before I get my gorgeous wings
And fly away
Only a phase, these dark cafe days...

Friday, August 25, 2006

quadro de avisos

Marcelo Costa lançou há três semanas sua nova coluna no IG Pop.
Toda segunda, uma resenha de um disco e às quintas a coluna.
Esta semana ele escreveu sobre a morte da música no Brasil.
O link já está aqui na lista ao lado, e o nome da coluna?
Revoluttion (inspirada na canção dos Beatles, porém com dois t's). Leia.

E por falar em TT, minha amiga gaúcha Maythe prestou uma homenagem em seu flog.
O Walter Ego pediu para divulgar. Me amem.
E neste final de semana tem os gaúchos Keiton e Kledir em Limeira.
Deu prá ti, baixo astral, vou prá Porto Alegre, tchau.

O Domingos, violeiro do Grupo Cirandeiros de Limeira, continua traçando bem o seu caminho.
Tudo está fluindo de uma forma tão boa em sua carreira que às vezes parece um sonho. Ou isso realmente é um sonho que ele está vivendo?
Ele avisa que sábado agora, de manhã, junto com Simone Carvalho participará do programa Caminhos da Roça da EPTV Campinas.
Quem estiver em casa, acordado, dá uma conferida. Ou então vamos torcer para colocarem o programa no site. Confira.

Wado e Alvinho (parte do Surrealismo Fantástico) apresentam Vai Querer?, canção de Luís Capucho e Suely Mesquita, em um programa do Clemente. Falam da cena musical de Alagoas, sobre morar em São Paulo e Rio e do seu disco A Farsa do Samba Nublado.
Quando comenta sobre o compositor da canção, Wado afirma: "Luís Capucho é uma espécie de Lou Reed Brasileiro". Veja.

Logo mais tem mais, até.

Thursday, August 24, 2006

london calling, yeah, i was there too

Você que fica antenado com o que as pessoas andam falando, já deve ter notado que o Bogary, novo disco do Cascadura encartado na revista OutraCoisa, já é o novo hype.
E sabe que eu gostei do novo hype? Ouvi umas três vezes e os sons são bem bons, tem um peso, mas é ao mesmo tempo um pop assobiável.
Mas eu conheci o som dos caras no início de 2005. O Clenio, meu brother de Londres, veio fazer seus negócios no Brasil e eu fui encontrá-lo em Sampa. Conheci umas distribuidoras, pequenas gravadoras e a mais legal foi a Rio 8, onde me apresentaram o som desta banda da Bahia. Falo deles no post do dia 17 de fevereiro de 2005. Confira aqui.

E o Clenio nos convida para um rolê em Londres. Tá afim?
Check it out.


Tuesday, August 22, 2006

a sétima arte

Andei com pouca paciência para a internet nas últimas semanas.
Dediquei meu tempo livre na frente da televisão vendo filmes.
Vários filmes: alguns para passar o tempo, outros para ver belas atrizes, outros para relembrar, mas sempre me deleitando com a sétima arte.

Os últimos dois que vi foram do diretor canadense Denys Arcand:
O Declínio do Império Americano & As Invasões Bárbaras.

Denys Arcand dirigiu O Declínio do Império Americano em 1986 e depois de 18 anos gravou a sequência, As Invasões Bárbaras, trazendo os mesmos atores, onde consegue fazer uma morte de seu principal personagem parecer leve, numa reunião dos velhos amigos que se reencontraram antes de um deles partir para o lado de lá.
O diretor pensou em vários filmes, mas sempre acabavam deprimidos, pois falar de morte era sempre difícil, principalmente depois de perder oito amigos que se suicidaram.
Mas com Rémy, o personagem que morre de um câncer raro, ele conseguiu fazer um final para o filme de uma forma leve.

Eu ainda não sei se os filmes me tiram ou me puxam para a realidade.

Ainda ontem um amigo dizia que sempre me vê como "um cara que curte a realidade, que não gosta de viajar no mundo mais fantasioso". Eu tenho minhas dúvidas quanto à isso. Mas estes filmes com diálogos que discutem o nosso cotidiano, a decadência da sociedade, relações, sexo, traições e ainda mais quando com um roteiro fino, certamente me agradam milhões de vezes mais do que ver estas estórias de outros mundos com hobbits e afins.

Muitas vezes acho o nosso dia a dia tão surreal, que prefiro a arte que seja mais próxima da nossa loucura.

Sempre lembro de como chapei com os filmes de Richard Linklater, até mesmo com o Escola do Rock que vi em um cinema onde a galera vibrou no mosh de Jack Black. Mas os papos filosóficos de Jesse e Celine de Antes do Amanhecer & Antes do Pôr do Sol eram tão prazerosos e fazem valer a pena cada minuto largado ali no sofá os assistindo.

Acho que o tesão que senti ao ver estes dois ótimos filmes de Denys Arcand, com seus personagens intelectuais, mas acima de tudo, amigos, foi tão bom quanto os papos e passeios pela Europa de Jesse e Celine.

Quero mais.
Fiquem com Pessoa:

"A literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta."

Monday, August 14, 2006

em desconstrução


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