Tuesday, February 27, 2007

i'm lonely as can be but i'm with the beatles and i feel fine

Os Britos
"Muitas bandas revolucionaram a música,
mas apenas uma revolucionou o mundo!"


Os Beatles são bons em Liverpool, em botecos sujos de Hamburgo, no mundo todo, são bons até com sotaque tupiniquim.
Estou ouvindo Os Britos, banda formada por Rodrigo Santos, Guto Goffi, Nani Dias e George Israel para homenagear os cabeludos de Liverpool.
Penso se realmente deveria ouvir mais destas homenagens aos Beatles, sabendo que existem tantas bandas, tantos sons que ainda não conheço de outros artistas, mas o que eu posso fazer se eles são bons de qualquer maneira? Acho que até em canções de ninar devem ser o bicho.
Uma rápida busca aqui na coleção, vejo que tenho O Submarino Verde e Amarelo que me chapou, o Give Peace a Chance com umas pérolas musicais e a mão de Sean Lennon, a trilha sonora do I am Sam com um monte de gente boa ali e vejo que assim como Os Beatles realmente são fontes inesgotáveis de inspiração para os músicos, eles são o meu soma, o meu conforto, meu lar, independente de onde eu esteja.
No Japão eu chorei ouvindo versões brasileiras dos caras, escrevi aqui.
Na Inglaterra, especialmente em Liverpool, me senti num documentário deles, ouvindo aquele sotaque, me fez sorrir os dois dias que por lá passei.
E aqui em Limeira eles me fazem companhia em todos os momentos. Vivo agora um momento meio Something, algo de Anytime At All, misturado com I Need You.

Este vídeo é de uma canção inédita dos Britos, mas vale mesmo pelas imagens.


Monday, February 26, 2007

a vida é cheia de som e fúria

A Karina pegou o jeito de blogar agora.
Tá com novo template e com vários posts novos.
Os plantões da TV Vanguarda rendem boas viagens no blog.
É isso aí, porque a vida é cheia de som e fúria!

Sunday, February 25, 2007

como pintar um poema? por que compor um filme?

Luís Capucho estava com Mathilda Kóvak no carnaval e encontrou com Michel Melamed.
Ele descreveu aqui, assim:

Mathilda me levou pra ver o bloco dos cineastas na Gávea. Eu disse:
- Mas é um bloco de bichos-grilos, Mathilda! - então, veio vindo o Michel, que tem um programa no canal dois e que o Shiraga me sugeriu participar. Mathilda disse:
- Esse é o Luís Capucho! - e o Michel fez uma reverência e não disse nada, ficou me olhando. Então, no meio da batucada eu gritei para o Michel:
- O Shiraga disse pra eu entrar em contato contigo pra tentar o seu programa!
- Ta feito, qual é o seu contato? - e eu dei meu telefone.
Depois, Mathilda me levou pra comer comida japonesa.


O lançamento do Rato, seu segundo livro, está se aproximando, assim como se aproxima o reencontro dele com Pedro.
Aguardo ansioso por uma aparição de Capucho no Re[corte] Cultural.
E espero ter boas novas sobre uma apresentação dele aqui pelo interior Paulista também.

Friday, February 23, 2007

antes de mais nada, tudo

Tenho dois brothers, Adriano e Renato, comemorando mais um verão nestes dias. Estão também com 29 anos agora. Nós vamos preparar uma festa para a entrada dos 30 no ano que vem. Gosto desta idade. O único problema é que hoje bebemos muito mais do que bebíamos há uns anos, mas infelizmente o corpo não aceita mais tão bem o álcool como antes. Vou mergulhar na Coca-Light e tentar ser feliz.

Tenho mais motivos para comemorar estes dias. O Domingos passou no teste da Universidade Livre de Música, no curso de Viola Caipira. Fico feliz prá caralho de ver este grande brother crescendo e aperfeiçoando em sua carreira com passos firmes. Um sonho se realizando de uma maneira mais que brilhante, e eu nem ligo para as frases batidas que estou digitando aqui, porque o cara é foda e merece muito reconhecimento mesmo. Viver de música no Brasil, com muito talento e simpatia. Música e amor, claro.
Vamos bebemorar, sim, Domingos!

Tomei umas com o Biajoni e o André Montanhér dia desses, e é foda ver que mesmo depois de beber durante horas com estes figuras, volto para casa com sede. Sede de cultura (ok, isto também ficou batido e infantil, mas eu nem ligo), que os caras já assistiram, leram, ouviram tanta coisa que me sinto uma criança perto deles. A verdade é que eu sou mais jovem mesmo, então tá valendo.
O Bia tá com um blog novo só para divulgação do Sexo Anal. Tá afim?
No mesmo dia, depois do Bia voltar para o aconchego de seu lar, afinal ele é um cara de família (como insistiu em dizer ao ser convidado para mais uma), fomos tomar a saideira com o Carlos Chinellato, meu ex-chefe na redação da TV, e sempre saio com a sensação de que preciso voltar logo para o Jornalismo.
Depois ainda teve outra, a caideira, afinal era carnaval.
Saudades do brother que me apresentou para todos estes caras. Por onde andará Paulo Corrêa?

Isso aqui tá com cara de diário, não está?
Mas isso aqui É um diário, o que posso fazer!?

No feriado li um estudo sobre o filme La Niña Santa, de Lucrecia Martel, feito pelo maluco beleza Hiro Ishikawa. São tantos detalhes interessantes que um filme passa para profissionais e estudantes de Imagem & Som, que meros telespectadores, comedores de pipoca como eu, não notam e nem imaginam que existam.
Preciso anotar aqui o nome do autor do livro Theory of Film: Siegfried Kracauer. Quero ler depois.
E o Hiro, juntamente com Marcos Piovesan dirigiram o Em Flor para a Conclusão do Curso de Imagem e Som. A história de um menino que passa por diversas experiências na tentativa de fazer um canário cantar.
Espero assistir logo, assim como ver a banda deles tocando por aqui novamente. Mas enquanto isso não acontece, os caras colam o grau lá em São Carlos agora em Março.
Quanta gente talentosa por aí, fala aí!

Acabei de receber uma ligação da Oficina Cultural Carlos Gomes dizendo que as inscrições para as oficinas abrirão na próxima segunda, dia 26 de fevereiro.
Pretendo fazer a Oficina do Ricardo Picchi novamente. O mesmo cara, mas com um outro projeto, desta vez será Práticas e Teorias de Video, segundo o próprio, será beeem diferente da anterior sobre Documentários, que eu também gostei muito.
A poeta visual Letícia Tonon já garantiu a presença nas aulas, e tendo estes dois figuras lá eu já posso adiantar que vale à pena participar.

É isso. Tenho ouvido Bossa Nova e Cascadura. Eu sou assim, eu nasci assim.
Vou ali voltar prá rede e continuar lendo a história de Gregor Samsa.

Fiquem em paz e que a fada-bailarina-japonesa de Amanda Vox esteja com vocês neste final de semana.


Thursday, February 22, 2007

todo carnaval tem seu fim

Dizem que a vida no Brasil começa depois do carnaval. Mas será que este início da paulada poderia ser depois deste final de semana? Quero folga de novo.

Dois blogs com nomes bacanas dão a graça na internet:

Stop me if you think you've heard this one before, da minha amiga carioca Dre. Vale a visita, sem contar que sempre é bom lembrar desta canção dos Smiths.

A vida é cheia de som e fúria, da minha colega de ginásio, que hoje é praticamente uma amiga virtual (risos), Karina. Tem dicas de rádios online no último post. Eu recomendo.

Agoragol.

Tuesday, February 20, 2007

dor [nada] elegante

Apesar da falta de emoções, meu coração estava batendo mais rápido esta manhã.
Umas pontadas no peito me deixaram preocupado.
Já estava até pensando que seria uma merda ter que gastar meus dinheiros para fazer uma consulta médica.
Maldita dor, praguejei.
E logo em seguida arrotei.
A dor passou!

Friday, February 16, 2007

j'accuse

Texto de Juliano Schiavo Sussi.

Eu acuso a sociedade hipócrita, que fecha os olhos diante dos acontecimentos, se cala e consente. Essa sociedade feita de fábulas encantadas, que prega pela mudança, mas quando é chegada a hora da ação, se abstém e se esquiva de arregaçar as mangas.
Eu acuso a falta de investimento em educação de qualidade, única maneira de revolucionar o País e transformá-lo em produtor intelectual. Chega de absorver, é hora de criar! Chega de estar à mercê da produção intelectual de outros países. É necessário mudar os eixos educacionais e investir de maneira concreta nesse pilar social.
Eu acuso a imprensa, que levanta pseudo-bandeiras e está interessada nos lucros que pode obter. Essa imprensa que se esconde por detrás da palavra imparcialidade, mas que na verdade defende seus interesses de empresa, sem realmente se importar com o social.
Eu acuso a injustiça nascida nos lugares que deveriam pregar a justiça. Assassinos, estupradores, bandidos, ladrões de colarinho branco se beneficiam das brechas da lei e nos colocam por detrás das grades. Afinal, quem deveria estar preso?
Eu acuso a intelectualidade, que morreu e não tem forças para instigar a mudança. Essa intelectualidade que, tempos atrás, lutou contra a ditadura, contra a corrupção, contra os crimes do estado. Essa intelectualidade, que fora tão ativa, mas que agora está dengosa.
Eu acuso a corrupção e o desvio moral que continuam a existir nas casas parlamentares, no poder executivo, nos ministérios públicos, em alguns dos representantes do povo. Esses maquiavelistas que vociferam verbos contra a impunidade, mas na verdade só pensam em seu bem estar e no poder que lhes trará benefícios.
Eu acuso os braços cruzados, que muitas vezes deixamos estar. Eu acuso a falta de esperança. Eu acuso a sensação de impunidade. Eu acuso essa sociedade que se diz contemporânea, mas que traz em sua estirpe o DNA da hipocrisia.
Para onde caminharemos?


Juliano Schiavo Sussi, 19 anos, estudante de Jornalismo do ISCA.
Americana, SP
Contato: jssjuliano@yahoo.com.br

uma boa rede de amigos para quebrar os muros que nos cercam

A segunda edição da Muro já caiu na rede.
O colunista Randall fala sobre seu interesse por poesia. Ele cita Bruna Beber.
Li pela primeira vez sobre Bruna Beber no blog do Mário Bortolotto.
Além das poesias espalhadas pela internet, ela brinca com as iniciais do seu nome em seu flog. Outro dia, durante um pôquer interminável, me lembrei dela e mandei esta foto aqui.
Quem me apresentou para o Bortolotto foi a Mara.
A Mara estava na TV hoje. Em um debate com o Biajoni.
Foi nas mãos do Biajoni que eu vi pela primeira vez o nome Jorge Quase. O Bia escreveu aqui que não gostou muito do disco.
Jorge Quase foi entrevistado pelo André Azenha. Aqui.
Azenha recomenda e avisou na sua coluna que Jorge Quase liberou as canções do seu disco para download.
Vou tirar as minhas conclusões.
No Simancol tem uma letra do poeta Chacal. Festa.
Chacal é um dos responsáveis pelo CEP 20.000, o Centro de Experimentação Poética.
Luis Capucho já participou de um evento do CEP 20.000.
Com quem eu mais converso sobre Capucho é com a Li Dias.
Ela está com o blog novo. Tudo na Mistura.
Enquanto ela coloca tudo na mistura, o jornalista musical da revista Veja, Sergio Martins, criou um blog para colocar tudo o que sobra de suas matérias. Aqui.

Tem link suficiente para o carnaval, fala aí.
Aproveitem o feriado!

Wednesday, February 14, 2007

happy valentine's day

Quem me vê sempre parado, distante
Garante que eu não sei sambar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
E não posso falar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando
Que eu vou aturar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar...

Saturday, February 10, 2007

o som nosso de cada dia

Baixei o disco do Moptop e tô ouvindo. É muito a cara dos Strokes. Li umas entrevistas depois e vi que todo mundo diz o mesmo. É fato. E às vezes lembra Los Hermanos por conta do sotaque carioca. Mas como um dos integrantes mesmo disse em entrevista, é melhor ouvir um pouco mais, porque ultimamente as pessoas mais falam e escrevem sobre música do que ouvem. Vamos ouvir!
Eu estava na dúvida, se ser parecido com Strokes era o ruim ou o bom deles. Ouvindo melhor, eu acho que isso é o bom deles. Eu gosto de Strokes, oras.
A Dre ainda falou uma coisa muito boa deles: "A vantagem é que o show deles custa 3 reais na Lapa. (risos)" Tá certa.
***

Os dois CDs do Leonard Cohen que tenho estão em cima da mesa, mas ainda não foram ouvidos devidamente.
Será que alguém por aqui já assistiu ou baixou o "I'm your man"? Biajoni?
***

A Simone Carvalho me apresentou uns sons do Pará. Para você que pensa que lá todos os sons lembram a banda calypso, muito se engana. Tem mpb da melhor qualidade, mas que não toca na rádio aqui no sudeste e nem aparece em minisséries globais. Enquanto me apresentava estes sons de uma das portas da Amazônia, lembramos que a abertura da minissérie da Globo, Amazônia, tem música de Maria Rita. Simone me apresentou pelo menos umas três canções que poderiam ser tema, mas quem disse que quem trabalha com as escolhas das canções lá na globo necessariamente conhece música que não toca na rádio?
***

A Karina já tinha me apresentado a rádio Pandora há uns meses. Mas só ontem eu realmente passei algumas horas ouvindo as estações que criei. É uma maravilha quando se quer conhecer novos artistas. E vicia.
Experimente aqui.
***

Um grande amigo chegou falando de uma canção do disco novo da Ana Carolina. Baixei os dois discos (é duplo e tá uma fortuna nas lojas), mas por enquanto só ouvi a que ele disse ser pesada.
Saca só a letra:

Erotica
"[...]É dessas mulheres pra comer com dez talheres
De quatro, lado, frente, verso, embaixo, em pé
Roer, revirar, retorcer, lambuzar e deixar o seu corpo
Tremendo, gemendo, gemendo, gemendo

Ela tava demais
O peito nu com cinco ou seis colares
Me fez levitar em meio aos sete mares
E me pediu que lhe batesse, lhe arrombasse, lhe chamasse
De cafona, marafona, bandidona
Fui eu quem bebi, comi a Madonna [...]"


Que inveja!



Voltar para o trabalho foi bom, porém cansativo. Mas sobrevivi.
Puta calor, preciso de uma cerveja.
É isso, ouça seu som aí no volume máximo e tome uma cerveja.
Viva o MQN!


Thursday, February 08, 2007

jesus and the weather

O professor exige: _"Frankie, escreva uma composição sobre nosso Senhor. Conte como teria sido se Jesus tivesse crescido em Limerick, a mais santa das cidades da Irlanda."

Frank adulto se lembra que as igrejas estavam sempre cheias em Limerick. Chovia muito e todos iam às igrejas para não se molhar.

A redação que o professor pediu para o menino Frankie segue abaixo.

"Não acho que Jesus teria gostado do clima de Limerick, porque está sempre chovendo e o rio Shannon deixa a cidade muito úmida.
Meu pai diz que Shannon é um rio assassino, pois matou meus dois irmãozinhos.
Quando você olha para os retratos de Jesus ele está sempre andando com um lençol pelas terras de Israel.
Nunca chove lá e você não ouve ninguém tossindo ou pegando tuberculose ou qualquer outra coisa.
E ninguém trabalha lá.
Tudo o que fazem é andar, comer, agitar os punhos e ir à crucificações.
Sempre que Jesus tinha fome, tudo o que fazia era caminhar até a figueira, ou laranjeira, e servir-se.
Ou se ele queria uma bebida, só acenava para um grande cálice, e lá aparecia a bebida.
Ou visitava Maria Madalena e sua irmã, Marta e elas serviam jantar para ele, sem nenhuma pergunta.
Então, foi bom Jesus ter nascido judeu naquele lugar quente, pois se tivesse nascido em Limerick teria pegado tuberculose e morrido em um mês.
E não existiria igreja católica nenhuma e não teríamos que escrever composições sobre ele."


Do filme As Cinzas de Angela, de Alan Parker. Baseado no livro homônimo de Frank McCourt.
Thanx, Paulo.

Wednesday, February 07, 2007

the land of plenty

Acabei de assistir o filme Medo e Obsessão, de Wim Wenders.
O mesmo diretor que apresentou ao mundo junto com Ry Cooder o swing e a beleza da música Cubana em Buena Vista Social Club, nos traz agora (na verdade, o filme é de 2004, mas só encontrei hoje na locadora, como lançamento) uma visão de dentro e fora dos Estados-Unidos-da-América-do-Norte-que-não-é-o-Canadá neste filme de baixo orçamento, mas de altas idéias e talentos.

Gosto também do nome original do filme. Porém até hoje não consigo entender por que os tradutores tendem à alterar os nomes dos filmes. Muito lentamente estou fazendo algumas pesquisas sobre tradução e espero chegar à alguma conclusão sobre este fato.
O nome do filme foi emprestado de uma canção do respeitado Leonard Cohen, chamada Land of Plenty (Terra da Fartura) , canção que está no filme.

A trilha sonora conta com David Bowie, Travis, duas do Leonard Cohen e mais um povo que eu não conheço, mas com alguns sons que me lembraram muito Radiohead, mas nos créditos não vi nada de Thom Yorke. Vou tirar os discos de Mr. Cohen da prateleira e ouví-los esta semana.

Recentemente vejo muitos filmes sobre o atentado de 11 de setembro nas locadoras, mas confesso que não tenho muito interesse em vê-los. Assisti o United 93 que foi recomendado por uma amiga e agora Medo e Obsessão, que loquei porque eu acho o diretor bacana.
Se eu tiver que recomendar algum filme sobre esta desgraça e se você (assim como eu) não quer rever cenas chocantes que marcaram o mundo (frase que roubei do cara do 'fantástico' ou do 'globo reporter' ou algo do gênero), veja este do Wim Wenders. É uma boa ficção baseado em fatos que a gente sabe que pode ocorrer por lá.

E tem estas coincidências bacanas. Hoje loquei este e também o aclamado Brokeback Mountain de Ang Lee. A coincidência? A bela Michelle Williams, que foi indicada ao Oscar pelo segundo filme, participa dos dois.

O enredo do filme? Eu não vou contar nada, não. Assista o filme, vale a pena.

Os americanos... nós os conhecemos dos filmes.
Mas se você viajar pelos Estados Unidos verá que os americanos são um povo desorientado. Esquecidos e perdidos no tempo. E desinformados.
E estranhamente desamparados. E estranhamente desligados, desconectados.


Wim Wenders

Sunday, February 04, 2007

quando invadimos o camarim do Zeca Baleiro

Once upon a time, o digníssimo dono desse blog me visitou no vilarejo onde eu morava. Éramos amigos há algum tempo, mas foi a primeira (e única) vez que nos vimos pessoalmente. Não tenho fantasias sobre a verdadeira razão da visita (sei que não foi por minha causa, mas sim por um amor platônico que ele desenvolveu ao longo do tempo por uma pessoa que eu conheço de longe), mas guardo várias lembranças daqueles dias regados a chopp, muito calor, e tardes inteiras sentados num banquinho de rua tocando violão e cantando. E espero sinceramente que tenha aprendido a tocar melhor, porque eu hoje canto como a Elis.

Ao que interessa: no vilarejo temos a tradição de uma festa anual, onde artistas de renome (porém talento duvidoso) se apresentam. Talvez o destino, a sorte, ou a união dos dois tenham colocado um show do Zeca Baleiro naquele ano. Fomos.

Poucas pessoas, de gosto refinado, foram assistir ao show. Graças a isso, foi transferido para o pavilhão interno do local da festa. Nós estávamos enlouquecidos! Embriagados com a música e com a energia daquele show, a pouquíssimos metros de nosso ídolo, que cantava e pulava sem parar naquele palco, pouco se importando com a quantidade ínfima de pessoas que pulavam com ele (nota: pouco em quantidade, mas muito em qualidade).

Após o show, ainda num estado de nirvana, fomos contra todos aqueles que disseram que não conseguiríamos e nos aproximamos dos seguranças. Foi o início de uma das cenas mais patéticas que eu protagonizei, quando a minha auto-estima e vergonha na cara saíram de lado fingindo não me conhecer. Começamos pedindo, e depois passamos a implorar aos seguranças para que nos deixassem subir até onde ficavam os camarotes. Cerca de 20 ou 30 minutos depois os vencemos pelo cansaço e subimos, eu e o Fábio.

Alegremente chegamos ao andar superior, onde nos deparamos com um batalhão de seguranças guardando ferozmente a porta que dava acesso ao Zeca. Não fazíamos idéia se era a porta certa, ou se ele sequer havia chegado até lá. Foi quando começamos a segunda leva de súplicas incessantes. Porém, dessa vez, tínhamos bolado um plano infalível: o Fábio passava-se por um estrangeiro (não lembro exatamente se falava inglês ou japonês) e eu, pela sua intérprete. Curiosamente, apesar de nossa brilhante performance, os seguranças riam descontroladamente de nossas caras e se negavam a abrir espaço para passarmos. A multidão, que também tentava entrar no camarote, foi se dispersando, enquanto víamos que apenas aqueles latifundiários, filhos de mega-empresários, conseguiam entrar na maldita porta. Passamos então para o plano B.

Apelamos para o lado social, para a grande injustiça que assola o mundo, onde apenas os bem-afortunados têm acesso às belezas da vida enquanto nós, pessoas comuns, ficamos à margem da sociedade e temos que nos contentar em ouvir (urght!) Daniel. Discursamos por horas (sim, depois de tanto ouvir, o Fábio aprendeu a falar português) em vão. Foi quando os seguranças foram avisados que o Zeca Baleiro não mais subiria ao camarote e foram embora.

Desolados, permanecemos ali, esperando algum milagre. Foi quando vimos Zeca Baleiro e toda sua banda se dirigindo ao camarote. Não havia um só segurança na porta e entramos junto com eles. Não sei precisar quanto tempo ficamos conversando com a banda dentro do camarote. Várias fãs enlouquecidas se atiravam no colo do Zeca Baleiro (que, com certeza, estava gostando) enquanto nós comíamos e bebíamos de graça, e continuamos conversando com os demais integrantes da banda.

Naquela noite eu perdi meu anel (joguei no palco durante o show) e a vergonha na cara que ainda me restava. Mas até hoje, 5 ou 6 anos depois, rio sozinha da nossa odisséia bem-sucedida. Valeu mesmo, Fábio!

Por Mar


Saturday, February 03, 2007

london again

O final do conto sobre Stone Roses do Randall foi dedicado à minha pessoa! Ele postou uma foto que eu tirei do figura Ian Brown, junto com o autógrafo que está no meu Second Coming. Veja só.

Quando revi a foto que enviei para o Randall, milhões de lembranças ficaram em minha mente. Mas vamos falar do dia do lançamento do Solarized, disco solo do vocalista do Stone Roses: ele tocaria naquela noite na HMV da Oxford Street; para conseguir o ingresso, bastava comprar o disco e você ganhava dois braceletes para o show.
Antes de ir para a loja que trabalhava, peguei o ônibus e fui até o centro. Peguei o disco e levei até o balcão, apareceu o preço ali no caixa, umas treze libras, que era o preço médio de um lançamento nestas lojas. Tirei vinte libras da carteira e quando entreguei o dinheiro pedi os braceletes. Eram nove e dez da manhã, eles tinham uns duzentos braceletes se não me engano, não imaginava que poderiam vender 200 discos em questão de minutos. E o caixa: "desculpa, mas acabou logo cedo". Nove e dez da manhã não é cedo!? Pedi um reembolso, disse que não queria mais o CD. (risos) O cara não reclamou e nem fez careta alguma. Peguei a grana de volta e pensei que se fosse comprar o disco, compraria ali na Berwick Street por um preço melhor.
Fui trabalhar e fiquei pensando que eu poderia encontrar alguém que me vendesse a entrada por umas libras.
À noite peguei o velho ônibus vermelho e parei ali já perto da HMV. Tinha um cara estranho perto da fila oferecendo entradas, eu disse que queria, ele perguntou quanto é que eu poderia pagar, e eu bati no bolso e disse que tinha umas moedas ali, e sem esperar por uma negociação ele mandou eu tomar no cu. Olhava para pessoas que pareciam estar sozinhas e chegava perguntando se teriam uma entrada para vender. Ninguém. Tava chegando a hora do show, a esperança de ver o monkey man estava sumindo, já pensava que iria parar no pub onde trabalhava para tomar umas Guinness de graça. Eis que, quando a fila chegava no final, vi um cara quase jogando um bracelete fora, corri, peguei a entrada e agradeci o cara. O amigo dele não apareceu, ele precisava entrar, ficou prá mim. Juro que até procurei pelo cara dentro da loja para deixar a grana de de uma pint para ele, mas não encontrei.
Anunciam a entrada de Ian Brown, ele toca duas músicas do disco novo, que achei beeem legais e ele fica aplaudindo e dando uns pulinhos loucos. Pede aplausos para o amigo Noel Gallagher! Não acreditei, todo mundo gritou e aplaudiu e o figura riu e disse que só no show que rolaria no Brixton Academy, se não me engano. Tocou mais algumas até dar meia hora de apresentação. Tava bom demais, fala aí. Um pocket-show ali para poucos, próximo do cara, com direito à autógrafo no encarte que tinha levado. Maravilha. E a foto ficou legal também, não ficou?
O plano de tomar uma Guinness de graça ainda estava de pé, e foi o que aconteceu. Cheguei no pub ainda usando o bracelete e empolgado contei do show para os amigos bêbados que lá se encontravam. Depois de ter tomado umas e falar um pouco mais alto com quase todo o pub resolvi voltar para casa pois era um dia normal de trabalho e no dia seguinte deveria ter outros eventos rolando naquela cidade.
E no dia seguinte, enquanto trabalhava no pub, apareceu um cara que nunca vi antes dizendo: "Você viu o Ian Brown, então!?" E eu sem entender perguntei se ele também estava lá na HMV, e ele disse que não, mas que iria no show. Como é que ele soube? Ele ouviu minha história no dia anterior, e ficamos trocando uma idéias. O cara escrevia uns reviews de teatro para uns jornais. Virou cliente e amigo por umas semanas, a correria daquela cidade não me permitiu manter mais contato.
E isso foi só um pocket show em um dia normal de trabalho.
Londres é foda!

Randall, você ia curtir MUITO aquela cidade.

Veja este clipe de London London. Canção interpretada por Cibelle, que mora em Londres e o fã de Caetano, Devendra.

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narciso acha feio o que não é espelho

A Mar deveria voltar com o blog.

Friday, February 02, 2007

music

Ontem à noite fiquei deitado na rede ouvindo os Beatles no discman.
Bandinha boa esta, hein?

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