Tuesday, January 29, 2008

top 5

Cinco canções que ouço com um sorriso no rosto:


E aí? Quais são as cinco músicas que fazem você abrir um sorrisão?

Saturday, January 26, 2008

london calling

O mundo é um ovo.
Enquanto aguardava uns amigos na frente do Sesc Piracicaba, vejo um figura muito parecido com um camarada lá de Londres. Uns segundos para a memória me avisar que ele era de Piracicaba e mais uns segundo para confirmar o nome dele.
_Maha!
_Caralho, meu. O que você faz aqui!? Cortou o cabelo!
Acho interessante rever estes amigos de Londres e ouvir isso do cabelo. Faz três anos que tenho o cabelo curto.
E o que não acho interessante porque é pouco provável que isso aconteça logo, é a despedida que costuma rolar:
_Aparece lá prá fazer uma visita!
quer dizer Londres. snif...

O Maha era assíduo frequentador lá da loja e a gente sempre se trombava nos shows. Ele tá com dois botecos em Londres e planeja abrir um em Barcelona. Parece que a parada tá dando certo. Olha só:


[maha e seu jorge no barraco café]


[com os caras do pato fu e o juliano zappia barbudo]


Outro que sempre me convida para uma visita é o Clenio, my boss. Só que agora ele mora na Espanha.
Um dia eu ganho sozinho na mega-sena e aí todos eles vão ter que me receber nas suas casas!
Este blog tá bem longe de ser uma imobiliária, mas já falei que minha mãe está vendendo a casa e não custa também divulgar a venda do apartamento do Clenio. Quer morar em Notting Hill?
Sempre que o Clenio e a Dani viajavam, eu dormia e cuidava das gatas deles aí neste flat. É um lugar calmo, muito bem localizado e pertinho da estação. More em Londres e me receba como visita quando eu ganhar na mega-sena.
Assim que eles venderem o flat, vão se mudar para o Ceará!!!

É isso, quero minha mãe mais perto, quero os amigos mais perto também.
Por este motivo, também vou entrar na campanha que o Bia lançou: Queremos o Brigatti de volta!!!

O mundo é um ovo, mas um ovo gigante.

Tuesday, January 22, 2008

if you're gonna try, go all the way

Algumas pessoas nunca enlouquecem.
Que vida de merda elas devem ter.

[charles bukowski]

Tem certas pessoas que nascem com um talento para ser o que são e não dar a mínima para o que os outros falam ou pensam. É, eu acho que isso é talento, sim.
O que? Como eu não sou eu mesmo!? Podem perguntar.
Você é você? [risos] Ou você é aquilo em que te transformaram? Você gosta do teu trabalho? Faz o que gosta? Liga o foda-se toda vez que te enchem o saco? Abre mão de uma nova oportunidade de trabalho prá ir beber no bar mais próximo? E depois de persistir em ser você mesmo percebe que consegue ser valorizado por isso?
Alguém aí pode responder quem consegue ser o que quer ser em tempo integral?
Henry Chinaski, ou melhor, Henry Charles Bukowski deve ter conseguido.

Depois de ter visto no ano passado Crônica de um Amor Louco (1981), do diretor italiano Marco Ferreri, finalmente assisti dois outros filmes fodidos sobre a vida do velho safado Charles Bukowski.

Barfly foi escrito pelo próprio poeta à pedido do diretor do filme, o iraniano Barbet Schroeder. E à partir deste filme surgiu Hollywood, livro em que o velho safado descreve a experiência de ter feito este argumento. Barfly é de 1987 e tem Mickey Rourke interpretando Chinaski.

Factotum, dirigido pelo norueguês Bent Hamer, tem Matt Dillon como Chinaski e é um filme de 2005 que foi apresentado aqui no Brasil na Mostra Internacional de Cinema de Sampa. Este tem um subtítulo: Factotum - homem de muitos trabalhos.

Pelas obras um tanto autobiográficas deste cara que sabia conviver com a ressaca, juntando com estes filmes, vejo como o velho safado (que tinha Henry Chinaski como seu alter ego) curtiu a vida. Enlouquecendo? Talvez. Mas indo fundo naquilo que ele gostava: no amor pelas mulheres, no sexo com as putas, nas apostas que fazia nos cavalos, e claro, nas bebedeiras intermináveis.
Trabalhar também era parte de sua vida, como vemos em Factotum, onde ele fez vários trabalhos mesmo não conseguindo permanecer mais que uma semana em um só lugar. Mas trabalhar escrevendo o que vivia e mandar isso por correspondência para os jornais e revistas foi o seu grande ponto, por deixar este legado à nós, meros mortais que tentam ter uma vida que querem.

Estes caras são fodas porque eles realmente se entregavam à isso. Não consigo não ligar On The Road [kerouac] e Pergunte ao Pó [fante], por exemplo, às imagens vistas nestes bares e quartos sujos por onde Chinaski perambolava e escrevia.
No túmulo de Charles Bukowski tem o epitáfio: Don't Try. E acho que é isso. Se não quer se entregar totalmente à esta vida, nem tente. Continue não sendo você.

jogue os dados

se vai tentar
então vá em frente
senão nem vale a pena começar.

se vai tentar
então vá em frente.
isso pode significar
perder namoradas, esposas, família, trabalhos
e talvez a tua cabeça.

vá em frente.
também pode significar
não comer por três ou quatro dias,
congelar-se num banco do parque,
ir para a prisão;
pode significar gozação, escárnio, solidão.
solidão é o presente.
todo o resto é um teste
à tua resistência
para saber o quanto deseja viver.
e você fará
apesar de todas as rejeições
e será melhor
que qualquer coisa
que você possa imaginar.

se vai tentar,
então vá em frente
não há sensação
melhor que esta.
ficará sozinho com os deuses
e todas as noites irão te aquecer
com o seu fogo

faça, faça, faça.
e vá fundo.

e seguirás o teu caminho
no mais perfeito gozo
e esta é a única luta
que vale a pena.


[bukowski, charles 1920 - 1994]

Olhem o Bono declamando o poema acima:


Abro dois parênteses aqui:

O prazer que tive em assistir estes filmes foi graças à cortesia e brodagem da grande Karina Lacerda. Muito obrigado!

Para Mara, que foi a maior responsável por me introduzir à esta boa leitura.

Fecho parênteses.

Monday, January 21, 2008

o maior segredo é não haver mistério algum

Meus queridos, não tem segredo, não.
Eu só não estou postando porque estou de férias.
Volto hoje para o trabalho (na verdade, depois que eu dormir porque ainda é meia noite) e pretendo voltar para o blog também.

Porém, vou aproveitar que estou aqui e botar um pouco do papo em dia.
No dia em que sou devidamente apresentado para Yo La Tengo, conheço também uma banda chamada Lacrosse, que vi no blog da Dre, que pegou a dica do André Takeda, que indicou o blog do Kid Vinil que diz:

"Se você gosta de Beach Boys, I'm From Barcelona, Neutral Milk Hotel, Bearsuit e Lovin'Spoonfull, você vai amar o Lacrosse. Tem momentos que os vocais lembram até as harmonias do Polyphonic Spree e as primeiras coisas do Arcade Fire."

Confira aí:



Quem sempre me fala de Arcade Fire é a Karen, que dizia que eu preciso ouvir o Summer Sun (não do Arcade Fire, mas do Yo La Tengo, de volta ao início do parágrafo anterior), enquanto o Biajoni (que viu o show deles do palco!) me passava o And then nothing turned itself inside-out.
Ouvi um pouco dos dois enquanto tirava um cochilo depois da tarde recheada de boas coisas como sempre rola nos encontros com a família Biajoni.

Descobri pela Karen o blog da Sol onde li um ótimo primeiro post que fala sobre uma raça conhecida como jornalistas.
A Solange chama o nosso amigo-quase-gaúcho de... Guguinha. E ele, apesar de não estar presente hoje, mandou uma vodca dinarmaquesa que foi devidamente apreciada por todos.
Guguinha tá com endereço novo. No sul, sim, mas na internet também. Clique na foto e será encaminhado para www.verbeat.org/blogs/brigatti/:



Paulo e eu já rimos muito dessa foto e dos comentários de Brigatti, que estava em Punta Del Este e deu de cara com este hotel: Uh, fudeu, Americana apareceu!

O Paulo, que devorou As Flores do Mal, negocia Minhas Mulheres e Meus Homens, está curtindo o vôo solo da Fernanda Takai, assistiu Bobby e fala sobre o filme. Tudo aqui.

Bia e Sérgio, este é o disco da Nancy que eu comentava. E o filme do Woody Allen com participação da Diana Krall é o Igual A Tudo Na Vida, com a pequena estranha Christina Ricci.
Eu realmente preciso atualizar o meu cérebro porque a memória já não tá mais dando conta.

Bah, já é tarde.
Prometo que esta semana teremos atualizações. A Karina me deu presentes, a Amanda também. Eu falo de tudo isso e mais um pouco logo mais.


Wednesday, January 16, 2008

o silêncio

Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar.
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar.

Thursday, January 10, 2008

espero que depois deste filme ninguém fique na fossa

O cinema é o saneamento básico da alma de um país.

[fernanda torres]

Tuesday, January 08, 2008

sonhando acordado

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além


[“incenso fosse música”; leminski, paulo]


Demorei, mas cá estou para finalmente escrever um pouco sobre o curta metragem que tanto comentei com vocês por aqui:

Após várias discussões ele foi intitulado CASA COMIGO e conta os encontros e desencontros de um jovem casal.
Como vocês já devem saber, este trabalho foi produzido para a 1ª Mostra InCurta, que não teve a sua pré-estréia como gostaríamos que fosse, mas que em breve será realizada com um novo gás, amém.

Vamlá, como diria o saudoso Henfil:

Sonhar a vida que gostaríamos de viver ou viver a vida que nem sempre sonhamos?

Gabriel é um ator. Sophia uma artista plástica.
No calor da paixão resolvem alugar uma casa e viverem juntos até que a morte os separem.
Ambos acreditam na arte e nos seus sonhos.

Ele busca suporte financeiro para seu primeiro projeto: uma peça de teatro escrita por ele mesmo. Ela acredita na ambição do namorado e abre mão de suas pinturas por um tempo para fazer um trabalho qualquer, em um escritório qualquer e ganhar a grana para o sustento da casa.


[os atores Anderson Makley e Ana Lídia Miranda Durante]


Gabriel procura patrocinadores que conheçam o valor da arte e o ajudem em seu projeto. Ele não quer fazer de sua peça um simples trabalho comercial, portanto não cede a qualquer oferta de apoio.
Sophia, por sua vez, pede o apoio de Gabriel para ajudar nas despesas da casa. Talvez um bico na empresa onde ela trabalha poderia aliviar na hora de pagar as contas que começam sufocá-la.
Ele não abre mão de tentar realizar seu sonho. E, em alguns momentos, Gabriel chega a pensar que ela é fraca por não persistir em seus sonhos.
Ela acha impossível sonhar quando o trabalho a esgota, quando tem muito mês sobrando no final do salário e ainda mais quando não vê resultados no empenho do namorado.
“A vida é dura”, diria o personagem, se este tivesse saído de um livro de Lourenço Mutarelli.


[set de filmagem: Ana Lídia atuando, eu e Ricardo Picchi ao fundo]


O nome do filme foi inspirado no poema de Michel Melamed, que é lido ao final da ficção ao som de “É preciso dar um jeito meu amigo” de Erasmo Carlos.


casa comigo que te faço a pessoa
mais feliz do mundo. a mais linda,
a mais amada, respeitada, cuidada.
a mais bem comida. e a pessoa mais
namorada do mundo e a mais casada.
e a mais festas, viagens, jantares.
casa comigo que te faço a pessoa mais
realizada profissionalmente. e a mais
grávida e a mais mãe. e a pessoa
mais primeiras discussões. a pessoa
mais novas brigas e as discussões
de sempre. casa comigo que te faço
a pessoa mais separada do mundo. te
faço a pessoa mais solitária com
filho para criar do mundo. a pessoa
mais foi ao fundo do poço e dá a
volta por cima de todas. a mais reconstruiu
sua vida. a mais conheceu uma nova
pessoa, a mais se apaixonou novamente.
casa comigo que te faço a pessoa
mais casa comigo que te faço a
pessoa mais “casa comigo que te
faço a pessoa mais feliz do mundo”.


[“casa comigo”; melamed, michel]



Agora nas palavras do jornalista Cristiano Kock Vitta (a quem sou grato pelo belo texto sobre a Mostra no Jornal de Limeira):

(...) A obra de ficção traz à tona as angústias das convivências. O curta capta o momento em que a identificação entre os seres humanos torna-se cada vez instrumentalizada pelo pragmatismo. A questão que se propõe é: é possível haver sensibilidade em meio ao turbilhão de superficialidades necessárias – teoricamente – ao cotidiano do cidadão comum? Teoricamente ou não, o fato é que se faltar dinheiro, a relação de um casal “normal” pode ser bastante afetada. A ficção mostra tudo isso e muito mais. Em poucos minutos.



making of


[Lili e eu estudando o roteiro]


Esta obra só foi possível graças ao talento, esforço e dedicação dos grandes Ricardo Picchi, Marcela Scavone, Thiago Ming e Rui Correa da Silva, sócios e criadores do Núcleo Alternativo de Desenvolvimento Audiovisual.


[café da manhã antes do batente]


Filmado no mês de novembro de 2007 em Paulínia (SP), mas escrito, sonhado, debatido e reescrito desde julho de 2007 em Limeira por Adriana Dantas, Ana Lídia M. Durante, Anderson Makley, Douglas Silva, Eliara Clemente, Gustavo Vieira, Léa Blezer e por este blogueiro que lhes digita este post.


[ação!]

Espero que você possa ver este filme em breve. E que curta, ao menos metade do tanto que curtimos realizá-lo, já será o suficiente para nossa satisfação.

Friday, January 04, 2008

2008

Um ano cheio de arte pra todos!


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