Saturday, January 30, 2010

quadrinhos dos anos 10

A nova série de André "malvados" Dahmer.


Friday, January 29, 2010

mochi
"Eu sou pop em tudo. Menos em comida. Por exemplo: comida japonesa. O prato principal é sempre tão elegante que parece a obra de um artista minimalista. E a sobremesa é tão cafona. Sempre aquele pasto de feijão com anilina de cor de rosa enjoativo, azul cafona, verde enjoativo. E o gosto também é cafona. É engraçado."

[Caetano Veloso, no documentário Coração Vagabundo]


Mochi e manju para mim são comfort food, saca? Para mim é a melhor sobremesa, me faz lembrar minha vó, a minha infância. Não acho cafona, nem engraçado. Mas quem prestou atenção no azul do papel de seda que envolve a maçã, pode sim falar de cores menos elegantes da sobremesa japonesa e ainda ter o meu perdão. [risos]
Vale dar uma conferida no documentário. É da época da turnê do A Foreign Sound. Não só por Caetano, mas por São Paulo, Nova Iorque, Tóquio, Osaka e ainda David Byrne, Antonioni e Almodóvar.

wilco loves you

Shows do Wilco disponível para download no próprio site da banda.
Em troca eles pedem que os fãs ajudem o Haiti.
Mais informação, incluindo até o set list, no blog do Marcelo Costa.
Além de baixar os dois shows, ainda tenho o Ashes of American Flags para ver aqui.
Consegue ver minha cara de feliz?

Thursday, January 28, 2010

atire no dramaturgo

Depois de passar o susto, admitir que por estar bêbado não conseguiu negociar com os bandidos, prometer que de agora em diante abandonará o cachorro engarrafado e como Paulão (Velhas Virgens) fará pesquisas de novas marcas de cervejas, Mário Bortolotto está de volta.

Estou muito feliz que ele voltou inteiro, porque ainda quero ver várias peças com seus personagens, seu texto e sua trilha sonora mais que fodida. Até hoje eu só tinha visto Uma Pilha de Pratos na Cozinha. Será que é egoísmo pensar assim? Não sei, só sei que existem umas coisas que a gente precisa viver em vida. Não dá para deixar para depois. Em 2009 me arrependi de ter perdido boas peças de teatro. E das que mais me arrependi de não ter visto foram do Bortolotto e da Cia Sutil. Mas ele tá aí, se recuperando e nos dando mais uma chance.

Li no blog do Jotabê Medeiros, trecho de uma homenagem do Fausto Fawcett para o velho lobo (como minha querida amiga Mara chama o dramaturgo):

respira perigo mas não pode comigo e eu te digo por que / porque eu sou aquele que vai contra tudo que é pouco / pouco concentrado / pouco maluco / pouco sério / pouco largado / pouco obsessivo / pouco generoso / pouco amigo / pouco inimigo / pouco tédio / pouco amor / pouco terror / pouca gana de viver seja como for / do jeito que der / zumbi furioso qual é? / bortoloto indomável e o zumbi furioso mais morto que vivo / chupando a laranja mecânica / querendo só um pouco do fundo do poço.


Entrevista do Bortolotto no Estadão. Abaixo no Metrópolis:


Wednesday, January 27, 2010

serra da cantareira

Os Mutantes criaram uma comunidade na Serra da Cantareira, onde podiam curtir e criar da maneira que queriam. E sobre este local, que parece ser mágico, vejo uma matéria sobre um casal anticonsumista. Vivem sem TV e sem geladeira na serra. O único eletrônico que declaram possuir em casa é um computador, por onde atualizam site contando sua experiência.
Achei no site uma lista de coisas que não dá para fazer na cidade e acho que vale pensar nisso - e vou deixar como lembrete para que eu passe pelo menos um final de semana por ano longe da cidade. Eu sei que dois dias são poucos, mas ao menos isso é um plano realista. E eu só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder. Olha a lista:


Tuesday, January 26, 2010

a biografia de um herói sonhador


Monday, January 25, 2010

são paulo, meu amor

paulos paulos paulos
quantos paulos são preciso
para fazer um são paulo?

idades idades idades
quanto dá uma alma
dividida por duas cidades?

[LEMINSKI, paulo]

Parabéns, São Paulo!

Sunday, January 24, 2010

se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho

Sim, é verdade, eu ainda sou o filho. Mas gostaria de deixar claro algumas coisas antes que eu envelheça. E tem um site maravilhoso chamado 1001 rules for my unborn son que diz muitas coisas que eu gostaria de ter escrito para o meu bebê que ainda não nasceu. Resolvi traduzir livremente algumas regras e compartilho com os pais que por aqui passam e também com os que ainda serão pais.
Este post vai dedicado para Vivien, que fez um post lindo no final do ano sobre seu filho e me citou como pai fresco, para Karen que coloca a minha gravidez como notícia em seu blog e por último mas não menos importante, a minha amada amante Fabiana.

Aqui estão algumas regras bacanas para o baby que vai chegar:

Se não souber o significado de uma palavra, pergunte. Antes que seja tarde demais.

Nunca peça demissão sem ter outro emprego garantido.
Mas quando for a hora de ir, não hesite.

Seja bacana com teu irmão. Ele é o teu confidente, chefe de torcida e guarda-costas.

Encontre sua pintura favorita.

Tenha um corte de cabelo que um dia você se arrependerá. Você vai superar isso.

Conheça todas as árvores e flores do seu quarteirão. Tua mãe pode te ajudar nisso.

Lembre-se sempre: agradeça seus anfitriões.

No palco não é a hora de ter vergonha. Não se intimide.

Forme uma banda.

Passe um tempo com sua mãe. Ela é mais legal do que você imagina.

Cante. Mas somente se souber as palavras.

Tenha um lugar confiável para ir com os amigos.

Na sala de aula, sente nas primeiras carteiras. Você estará mais perto da porta quando o sinal tocar.

Termine o que começou. Principalmente os livros.

Não se exiba. Impressione.

Quando falar com jornalistas, escolha as palavras cuidadosamente.

Apóie teus amigos artistas. Principalmente se as artes forem umas porcarias.

O restaurante mais caro NUNCA é o melhor.

Leia os jornais todos os dias.

Não se esqueça de ler as tirinhas.

Faça exercícios de manhã.

Elogie a comida da sua mãe.

Mande cartões-postais.

No Banco Imobiliário compre as propriedades cor-de-laranja.

Passe mais tempo com teus primos. Vocês são mais parecidos do que você imagina.

Tente não fofocar.

Talento se aprende. Aprenda a cantar.

Uma hora com seus avós é uma hora muito bem gasta.


Saturday, January 23, 2010

suor e fantasia

Já falei e vou repetir, se tem um blog fino, de um cara muito fino, é o Life In Slow Motion, do Eduardo Palandi.
Esta semana ele postou o vídeo de Suor e Fantasia, música do Quinteto Tati, uma banda portuguesa cujo nome é em homenagem ao cineasta Jacques Tati.
Tem texto do Palandi sobre eles no Scream & Yell.
Se é possível se apaixonar por uma banda ouvindo apenas uma música. Isso aconteceu comigo, ouvindo Suor e Fantasia. Puta som! Ouça no volume máximo.


i seek you


Friday, January 22, 2010

becherovka

Os contatos para prensagem de discos de vinil estão pintando. O Clenio está feliz com o trabalho. O último disco que vi foi do Thadeu Meneghini e o Conjunto Vazio. Ficou uma bela bolacha. Veja aqui.
Disco de vinil é algo quente, mas o Clenio tá numa fria (roubei a frase do narrador dos comerciais dos filmes que passam na Globo), olha aí:

{clenio lemos em praga}

Thursday, January 21, 2010

filmes para aplacar o tédio

O lance de não poder colocar o pé no chão já não está mais divertido. Gostei de andar de cadeira de rodas pela primeira vez na vida, acho boa a desculpa para abusar dos favores do Hugo (brother, prepara um café e traz aqui, por favor), a Fá veio me dar banho algumas vezes, minhas férias esticaram mais uma semana; mas já deu. Quero meu pé de volta no chão!!!

O único lado bom disso tudo é que estou assistindo uns filmes, porque há tempos eu não sentava para curtir um filme atrás do outro. O Bia me serviu bem com alguns lançamentos: Moon, do filho do David Bowie, Taking Woodstock, do Ang Lee, The Box, de Richard Kelly. Soube que vou ganhar também o Whatever Works, do Woody Allen. E aí, Bia? Beleza? =)
Mas tinham alguns DVDs que estavam na prateleira me esperando, como O Curioso Caso de Benjamin Button. Lembro do André Montanhér falando deste filme há um ano. E lembrei do blog de um único post. Ou um post por ano.
Abaixo o texto dele sobre o filme de David Fincher, "o filme de uma idéia só, mas que grande idéia!"

Nem li o conto do Scott Fitzgerald que deu origem ao filme, mas suponho que seja mesmo algo meio fraco, como afirma a maioria dos críticos. A idéia original, no entanto, é tão interessante que quase posso supor que faça com o conto o mesmo que faz com o filme... sirva para arrastá-lo por 3 horas. O conto é curto.... mas vocês estenderam...

Surreal e ao mesmo tempo revolucionária, a idéia de retroceder a caminhada da vida traz mil e um questionamentos sobre vaidade, elogio da força e o caralho. Se no livro o tema vem carregado de um certo sarcasmo, a nuance do filme é água com açúcar, folhetim. Nos dois casos, a maioria dos críticos diz que foi desperdiçada uma boa idéia inicial.

Assisti ao filme boquiaberto. Sem vergonha nenhuma, boquiaberto primeiro pelos efeitos especiais (que já valem o filme, né, caralho). Boquiaberto pela... pela... pela IDÉIA INICIAL. Simples, tosca, menininha. Idiota até. Mas magnética. Ela ali, sozinha, me mantinha vivo, atormentado... a idéia inicial.

Que mal há em aguentar um pouco de folhetim, com tantos efeitos especiais maravilhosos, uma produção bem acabada e uma idéia inicial maravilhosa? Talvez o grande problema do filme seja exatamente a pretensão de clássico: não é, é um filme médio, mas nem por isso deixa de ser fascinante por conta destas três qualidades: idéia inicial, efeitos e produção.

Eu gostei. Nem sei ao certo o papel representado pela mina que é a paixão da vida do Benjamin, a sempre bela e ótima Cate Banchet. O amor, a vida em ordem cronológica natural, a pureza? Não fiz qualquer reflexão sobre a ambientação em New Orleans... acho que o cara para se pegar nisso tem de ser crítico profissional, ou não ter nada para fazer no momento. Adorei as piadinhas toscas, como quando ele menino-velho começa a meter e quase mata a puta de tanto brincar.

Nelson Hoineff lembra que na maioria dos casos o cinema necessita de um pacto entre o público e o autor, como uma concessão para o ingresso no mundo da magia. "O Mundo da Magia", parece propaganda de circo, mas foi o que eu utilizei para poder aproveitar do filme o que eu mais queria. A IDÉIA INICIAL. Linda, soberana, magnífica. Pau no cú do Brad Pitt, do diretor (Clube da Luta é do caralho), palmas para os efeitos especiais e viva a magia.

Filme médio, gostoso de ver, válido pela idéia inicial, produção e pelos efeitos. Não merece Oscar nem fodendo pois não tem conteúdo para isso, mas adorei ter visto no cinema. Apesar que minha bunda doeu pela duração do filme. Ponto.

[MONTANHÉR, André]



Wednesday, January 20, 2010

madrugada na padaria

She said:
Me deu água na boca de pensar naquelas carolinas... e estremeci de lembrar a hora em que as trouxe pra mim.
Boas recordações.

Eu fui correndo, passos largos e rápidos lá para o Empanadas. Mal olhei para o lado apesar de ter várias pessoas circulando ali pela Vila Madalena. Eu gosto de observar as pessoas. Não apenas a beleza das mulheres, mas gosto de observar os estilos diferentes, os tipos que ficam na calçada ou nos bares conversando, segurando seus copos, fumando na calçada, gesticulando... Em inglês esta atividade tem até nome: people watching.
Mas o que importava naquele momento é que eu tinha alguém esperando por mim, mesmo que ela estivesse dormindo, ela esperava por mim e eu queria estar com ela, logo.
Parei na padaria 24 horas primeiro. Fiquei ali olhando a vitrine, pensando o que levar. Tinham alguns bolos, mas eram grandes demais, e as fatias que tinham eram geladas e achei que não ficariam boas no dia seguinte. Sim, eu imaginei que fossem mesmo durar para o outro dia, afinal eram só algumas horas depois. Vi as carolinas recheadas com avelã. Me lembrei que você, meu amor, tinha perguntado se eu gostava delas. Comprei e saí rápido para pegar as empanadas e fui segurando a bandeja rua abaixo. Os passos largos e rápido me faziam transpirar. Mas eu não me importava, eu só pensava em estar com você novamente.
Deixei a bandeja de empanadas e a sacolinha da padaria com as carolinas de avelã no balcão do hotel e fui buscar as bebidas na outra padaria, próxima de lá. Tinha fila no caixa, fiquei com raiva da menina da frente que demorou para pagar, ficou procurando as moedas, depois decidiu pegar mais um sorvete. Será que ela não tinha noção da minha pressa? Eu tinha alguém me esperando, e ela pediu para eu não me atrasar! As pessoas costumam ser egoístas, a guria da fila que procurava moedas deveria saber e me dar o lugar, sabendo que o amor da minha me esperava no segundo andar do prédio do outro lado da calçada. Finalmente paguei.
Passos largos e rápidos me levaram para o quarto. Subi feliz, suando é certo, mas muito feliz.
O Fábio quer entrar, avisou o recepcionista. Ela abriu a porta, linda, de vermelho.
Agora já não tinha mais pressa.
Sim, eu também tenho ótimas recordações.

Monday, January 18, 2010

minha meu

meu pé minha mão
meu pai minha mãe
meu pau meu pai
meu pé minha mãe
minha mão meu pé
meu pau minha mãe
meu pai meu pau
minha mão minha mãe
meu pai

[ANTUNES, arnaldo]

[pai, pé, perna de pau]

[ligeiramente grávido]

[a mais bela foto]

Sunday, January 17, 2010

pé no chão

Lendo a história da Dani no blog da Associação Limeirense de Atletismo, o A.L.A. & Amigos, me empolguei. Ela levou um tombo e foi à partir daí que decidiu encontrar um lugar bacana para correr, passou a treinar e hoje está com uma estante lotada de troféus e medalhas.
Tá, eu não estou pensando em competir, mas tô aqui fazendo promessas. Assim que terminar a fisioterapia e conseguir andar novamente, quero me dedicar a algum esporte, mesmo porque, de qualquer maneira, eu preciso perder aqueles quilos extras, lembra?
Está aqui, registrado.

Saturday, January 16, 2010

independência ou morte

Morre mais um espaço importante da literatura independente na internet. OsViralata, a editora indepentende do grande Branco Leone fechou. É uma pena. Confesso que eu estava longe de ser um grande consumidor dos livros da editora, mas tenho em casa alguns títulos.
Você, leitor deste blog, não pode falar que nunca ouviu falar da editora ou do Albano Martins Ribeiro (AKA Branco Leone).
A capa de Virginia Berlim, que ficou pendurada por anos aqui do lado direito da minha página, te direcionava para o site. Virginia Berlim foi escolhida para ficar como capa porque passei um tempo trabalhando na tradução das letras das canções que faziam parte da trilha sonora do livro do Biajoni.

Em reunião de pauta com meus amigos do NADA AUDIOVISUAL para a produção do curta umaparte cultural, ficou decidido que precisávamos de um depoimento de alguém como Branco, que difundia a arte pelo país.

clique para ampliar a imagem
Este nosso documentário foi exibido na 4ª Mostra Curta Audiovisual, no MIS em Campinas e no Décimo Festival do Instituto de Artes da Unicamp, no ano passado.

Na época da gravação, o Branco já tinha ameaçado fechar o site, e o depoimento-desabafo dele, parte do documentário, segue abaixo:

Qualquer coisa que se faça para falar de literatura, primeiro: é muito importante, segundo: é muito pouco. Por mais que se toque no assunto, se isso passar na TV e gerar um produto como este e outros tantos, isso nunca vai chegar perto de se equilibrar com tudo o que está sendo feito nos últimos 30 ou 40 anos pelo menos, neste país, para se destruir a literatura.

Leia o adeus d'OsViralata aqui e lembre-se que é mais tarde do que supões.

{pobre cadelinha; DAKI não pode morrer}

Quanto ao Branco Leone, ele avisa que estará em Tativille.
Leia as minhas primeiras impressões sobre o simpático Sr Hulot, de Jacques Tati aqui.

Valeu, Branco! Que OsViralata descanse em paz.




P.S.: Troco as lágrimas pelo fim d'OsViralata, pela leitura de alguns posts do Banzeiro, do Cristiano Kock Vitta.

Friday, January 15, 2010

high fidelity

Seria um desperdício se eu guardasse o texto abaixo na minha caixa de e-mails.

Como você é meu BFF, vai ter que aguentar minhas pitangas e desabafos, afinal, é pra isso que BFF existem! Mesmo que você esteja há centenas de km de distância, tomando uma cerveja e pensando na dona Fabiana.
Acabei de chegar de lá. A cidade continua linda, só que agora com mais prédios. Acho que lugar nenhum se livra da expansão imobiliária, né?
Dessa vez eu não tava nervosa, suando, nem ansiosa. Na verdade, enrolei muito pra ir logo pra lá. Podia ter ido cedo, mas acabei chegando lá umas 22h30. Por ele, eu estaria lá desde sexta feira. Me ligou milhares de vezes tentando me convencer a ir na sexta, porque aí ele podia ficar comigo parte do sábado, ou a ir mais cedo, já que ele ia trabalhar cedo no domingo. Não sei se eu queria ficar refém por tanto tempo.
Acabei enrolando, chegando tarde e meio que feliz por ir embora mais cedo. Como se, já que a gente ficaria juntos menos tempo minha culpa diminuisse também. Um caso clássico de raciocínio que funciona melhor na nossa cabeça do que no papel, ou dito em voz alta. Tipo comer um doce escondido na cozinha, como se a gente engordasse menos só porque não tem ninguém olhando.
Eu já cheguei irritada, porque quando eu tava quase na cidade vizinha ele queria me convencer a ir sozinha para o centro, e encontrá-lo já direto num hotel onde a gente ficaria, do lado de onde ele tá morando agora. Eu fiquei meio puta, e reclamei que no mínimo ele podia fingir que era um cavalheiro, e ir me buscar como a gente tinha combinado, já que era eu quem tava fazendo a maior parte do esforço. (não sei se ele percebeu, mas sair daqui, ir até a rodoviária, viajar até lá, pra encontrar um cara com quem eu tive um relacionamento (?) não muito promissor há alguns anos atras, passar algumas horas com ele, dormir numa cama que não é a minha e sem meu travesseiro, possivelmente transar, e depois refazer todo o caminho de volta). Eu desço do ônibus e ele tá lá. Mas eu finjo que não vejo, porque estou puta, e porque... pelamordedeus, ele tá de bermuda e chinelos. Quem reencontra uma paixão mal resolvida, com quem você fala religiosamente toda semana nesses trajes? Aí eu lembrei, que eu tava lá naquela cidade, que tava muito calor e que ele já tinha ido em casa assim com roupa de dia de folga milhares de vezes, quando eu ainda morava na cidade da pipoca com queijinho. Se era assim tão normal, porque me irritou tanto?
A gente se encontrou na porta do táxi, e eu fiz um muxoxo. E de muxoxo em muxoxo a gente foi até o carro dele, até o hotel (não o perto da casa dele, mas o outro que eu gosto mais e que fica beeeeem longe da casa dele. ok. nada lá fica assim tão longe de qualquer outro ponto de lá, mas ok), até o quarto. A gente ficou conversando sobre nossas vidas de agora, e sobre os nossos tempos juntos, e sobre o que a gente sentia naquele tempo, e como nos sentimos agora... Podia até virar uma canção pop em mãos habilidosas. Nas nossas vira, no máximo, algum tipo de preliminar. Falar sobre o que a gente sentia é algum tipo de masturbação sentimental. A gente sempre faz isso, e sempre termina do mesmo jeito.
Ele diz que teria largado daquela moça pra ficar comigo, se ela não tivesse grávida, e se ele achasse que eu largaria o meu namorado. Eu digo que apesar de não saber o que eu sinto, ou o porque d´eu estar ali (exceto pelo motivo óbvio), eu provavelmente não terminaria com o meu namorado, porque ELE é o cara da minha vida, e é com ele que eu me imagino velhinha. Ele diz que me ama, e eu não acredito. Depois de algumas horas ele diz de novo, e eu quase acredito. Na verdade, depois de um tempo, eu mesma quase digo, mas tenho a presença de espírito de ficar quieta e fazer no máximo, um muxoxo. Acabo falando que a gente devia tentar lembrar porque a gente parou de se ver, pra começo da história. Lembrar isso podia ser útil nessas situações.
Quando a gente se reencontrou, há um mês mais ou menos, eu me liguei que dessa vez era menos romance e mais sexo. E, se não tivesse sido tão... intenso, eu não teria voltado ontem. Na verdade, o melhor sexo do nosso relacionamento aconteceu quando a gente não se via há mais de dois anos. Isso não deixa de ser esquisito. Como a intimidade aumenta quando a gente não se vê? Dessa vez, é bom. É acima da média, mas ainda assim, da outra vez foi melhor.
A sintonia existe, e é óbvia, mas eu sinto falta de alguma coisa. Lembranças e sexo na verdade fazem uma combinação meio triste. De manhã quando ele levanta pra ir pro trabalho a gente ensaia aquele "aheuqueriaficaraquiodiatodoahporquevocêtemqueiragoraahagentesevêlogoaheuvouficarcomsaudade" e blablablá, mas a verdade é que eu fico quase aliviada quando ele vai embora e eu posso dormir sossegada sem ninguém me pegando.
Pode parecer loucura e provavelmente é, mas eu acho que, se a gente se ver mais algumas vezes, um desencana do outro.
Eu disse pra ele que o meu namorado era minha Laura e que ele era minha Charlie. E o simples fato dele entender a referência já faz eu gostar mais dele. Ele diz que me ama, e dessa vez, eu acredito. Ele me pede pra ligar quando acordar, e eu digo que não. Mas eu sei que, mais cedo ou mais tarde, vou acabar ligando.

Por que diabos a gente nunca cresce?


Wednesday, January 13, 2010

o baculejo

Ouça a minha parceria com a Lulina, enquanto eu explico a brincadeira:



Todo dia 13, a cantora pernambucana Lulina abre sua caixa de e-mail e abraça carinhosamente os fãs que enviam frases para uma possível parceria no seu disco que será chamado "Meus dias 13".

Em outubro passado, resolvi enviar uma frase e agora eu também faço parte do hall dos "compositores" (sim, entre aspas) deste disco. Tá aí, o baculejo para você ouvir. A letra conta com 22 "compositores" (sim, entre aspas), a música é de Lulina e Monstro.

Comi maconha pra polícia não achar
As minhas costas nunca mais vão dobrar
Tenho uma vontade rasa de respirar
Muito há que não dizer

Fazer o quê, saí da terapia com vontade de gritar
O dia quase passou sem eu perceber
Cerveja preta pra esquecer
Do ar, do beagle gordo balançando o rabo pra lá e pra cá

Saudade apertada, um problema na mala
Tô tão cansada, nem consigo ser feliz
13 dias se passaram e as incertezas ficaram
no calendário do Seicho-No-Iê

Ônibus abafado e a minha vida passando pelo headphone
Faltam 6 dias pro meu aniversário, vinte e outros anos
Quero uma camisa do Corinthians de 1977
pra eu lembrar dos meus 7

Sinto o gosto do perfume na boca
Hoje vou engomado pro trabalho
Torci pelo mocinho naquele filme ruim
que nunca teve fim

Com um soco e um sopro, comi feijão tropeiro
e adormeci no banheiro

Mais sobre Lulina aqui.

Dia 13 na Lulilândia é o dia de transformar acontecimentos em música.


*****

Para manter o espírito da brincadeira, tenho um presente para quem adivinhar qual foi a minha frase. Acerte e leve o CD Garrafada, do DJ Tudo, que é um trabalho coletivo e aí a conexão com este futuro disco da Lulina. Saiba mais sobre o Garrafada aqui.

Tuesday, January 12, 2010

vuelo y suelo

É isso o que dá querer voar:


Monday, January 11, 2010

o avesso do avesso do avesso do avesso


Que fique bem claro que a minha intenção não era fazer propaganda do citibank.

Saturday, January 09, 2010

blogosfera

Já escrevi no twitter agradecendo o Alex Contin, mas como o link é do blog, nada mais justo que agradecer o editor do caderno de cultura do Jornal de Limeira por aqui pelo link que colocou deste espaço lá no site. Valeu, Alex!


Friday, January 08, 2010

ácido fólico

Hoje foi o dia do nosso primeiro ultrassom.
A Dra Mariana nos apresentou o bebê na barriga da Fá.
O bebê é lindo! Sério. E eu consegui ver tudinho!
E tudo corre bem. Ele, o bebê, tem 4 centímetros e 6 milímetros.
Segundo a doutora, deve nascer no dia 27 de julho.
Pareceu super bem aconchegado na barriga da Fá.
Ele tava com a mão no nariz, com jeitinho de quem estava ali com preguiça. 10h30 da madrugada! Eu mesmo queria estar na cama. Muito cedo para quem está de férias e para quem está na barriga da mamãe. Mas ele precisava se mexer para que fosse medido. A doutora queria ver a nuca para verificar se estava tudo ok. E aí ela passava o aparelho na barriga do meu amor e ele se mexia, mas parecia dizer: Pô, me deixa dormir!
Ouvi o coração do nosso bebê. Tá batendo forte!
Foi música para meus ouvidos. Acho que a melhor que ouvi na vida.
Puta emoção, puta emoção!

Thursday, January 07, 2010

are you lonely in london without fear?


Jean Charles completaria 32 anos hoje se não tivesse sido assassinado por engano pela polícia britânica.

O respeitado jornal britânico Guardian constatou:

Mr de Menezes:

· was never properly identified because a police officer was relieving himself at the very moment he was leaving his home;
· was unaware he was being followed;
· was not wearing a heavy padded jacket or belt as reports at the time suggested;
· never ran from the police;
· and did not jump the ticket barrier.



regime de chocolate

Estive no médico no final do ano para um check-up. Depois dos exames soube que estava tudo certo, exceto o sobrepeso. Isso não era novidade. Há tempos eu tento perder 10kg, vocês sabem disso. Lembra daquela camiseta do Wilco que eu quero usar e não consigo porque não me serve mais? Ela não é mais a única a não me servir. Outras mais largas estão apertadas. O que eu faço com o prazer de comer?

Sigo o meu regime de chocolate, o único responsável, creio, pela minha saúde.

_ Marie de Villars, Cartas a Madame de Coulanges, séc. XVII

[estou gordo nas fotografias, odeio ser fotografado]

Em Águas de São Pedro, comemos bolos da Zuleika. Se você gosta de doces, não deixe de saborear as delícias que nos engordam quando for para lá. O site tem mais informação inclusive fala de outros pontos de venda dos produtos da Zuleika, mas as fotos não valorizam os doces apetitosos que ela oferece lá.

Fotos boas para você ficar com água na boca e ficar com vontade de gozar de um dos pecados capitais você vai encontrar no blog flagrante delícia.
Eu acho que passar um tempinho vendo as fotos deste blog pode ser um bom regime, enquanto eu não pegar o carro e correr até a doceria mais próxima. O blog com as sobremesas de Leonor de Sousa Bastos foi um dos indicados na lista de ótimos blogs do Tiago Doria. Ele indicou outros, mas eu só me liguei mesmo neste. Eu sei, eu estou gordo. Mas olha esta foto abaixo e diga se não dá água na boca?


Conferi meu peso esta semana. 91.65. Nunca fui tão pesado. Preciso perder estes quilos extras. Vou tirar umas fotos da barriga para ir comparando com o passar do tempo, porque vou retomar as velhas caminhadas matinais. Mas quando penso em foto, só consigo ver estas do flagrante delícia ou então pensar nesta arte do Vik Muniz em que os paparazzis são feitos de chocolate.

Monday, January 04, 2010

live, love, laugh and learn

Há tempos eu ando devagar, pacato em casa, curtindo folhear o jornal e ler alguns artigos da Ilustrada tomando um café que o Hugo prepara com carinho para mim.
Nunca fui de baladas. Mas é engraçado ver como alguns camaradas me enxergam assim. Acho que é porque eu saia para beber e chapava nos lugares e dava muita risada. Eu dou muita risada, e rio alto, e aí pensam que eu vivo assim, sempre. Não é verdade. Eu não tenho dia certo para beber, então me trombam no bar em uma terça de madrugada e pensam que eu vivo bêbado. Não é verdade. Eu ando bem de boa.
E pensando em sossego passei o reveillon em uma pousada em Águas de São Pedro. Sim, é aqui do lado de Limeira, mas eu não estava lá. Nem a Fá. Nós estávamos em algum outro lugar, acho que bem perto do paraíso. Até um tempo atrás eu diria que era um lugar do caralho. Mas não vou dizer isso. Ficamos em um lugar tão zen que as horas ou os dias não corriam da mesma maneira que correm aqui, agora. Existe gentileza. Lá os hóspedes se conhecem e se cumprimentam pelos nomes e tomam café da manhã juntos e depois passam horas lagarteando na piscina, falando da vida. Foi uma experiência rica. Eram apenas sete quartos, conhecemos seis casais legais, para rimar. E é assim que quero que 2010 role. De uma maneira tranquila, edificante, rica e com rima, mesmo que pobre.

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