Hoje posso dizer que a Lia é minha amiga. Já faz um ano que ela perdeu o medo da minha cara feia (entenda) e agora temos uma amizade firme. E ela certamente vai se amarrar nas leituras, como provam as fotos. E concretizar uma amizade é algo que mais me fascina, então digo que conversar com a Lia, a querida filha do Biajoni e da Karen, e ouví-la me chamando de tio Shilago foi uma das coisas bacanas de 2008 também.

A lista do post abaixo foi só uma brincadeira que resolvi fazer, já que adoro isso tudo.
Eu costumo estar atrasado com os sons que rolam, não conheço nem metade dos melhores discos do ano destacados pelas revistas mundo afora. Então o que entrou ali nas minhas listas foram os discos e as canções mais ouvidas neste ano por este blogueiro. São os mais queridos ou mais procurados e os que mais me empolgaram. Nem sei se os filmes que eu classifiquei seriam mesmo classificados como 2008, já que a maioria foi produzido em 2007. Mas foi mesmo pelo barato da brincadeira.
A Dre ainda botou uma fé que eu faria uma lista de grandes discos de 2008, mas vocês bem sabem que eu ainda estou ouvindo coisas dos anos 90, 2000, ou mesmo dos 60! Os melhores de 2008 talvez entrem em uma lista que eu faça em 2028, Dre. [risos]

Os blogs foram os que eu realmente mais visitei neste ano. Fora o Marcelo Costa que eu já lia há anos, os outros três jornalistas eu conheci este ano e foram ótimos momentos que passei na frente do computador lendo as opiniões, dicas, críticas e links que Dani Arrais, Alexandre Matias e Tiago Dória postavam. O blog do Mac foi especialmente bacana este ano por conta da viagem para a Europa que ele fez e detalhou tudo de uma maneira tão apaixonada que era como estar lá curtindo os shows junto. É diferente de ler, por exemplo, o Ricardo Freire que eu admiro, mas que é um viajante profissional, saca?

Bom, ainda nos blogs, é bacana ver pessoas que encontram bons blogs, links interessantes e logo de cara te passam isso. Hoje descobri que Nick Hornby tem um blog através de um post do Matias. E sabe o que? O mestre do Top 5, o Nick Hornby claro (autor de Alta Fidelidade, tá ligado?), listou os melhores discos do ano e sabe quem tá lá? Little Joy! Pois é. As outras bandas que ele listou abaixo do Little Joy eu não conheço, mas tudo bem. [risos] O blog dele já tá nos links aqui do lado e corre o risco de ser o blog mais lido em 2009. ;-)

Minha dor de cabeça está passando. Passei o dia todo com puta ressaca. Confraternização de final de ano é bacana quando se encontra queridos amigos, mas preciso aprender que uma confraternização por dia é saudável, duas não! Duas não, Fábio! Eu vou aprender isso...

Amanhã cedo pego a estrada e visito minha mãe em Serra Negra. Eu ia hoje, mas a ressaca pediu para que eu ficasse de molho um dia. Devo encontrar amigos por lá também. Um brother do Japão e o Fabião, um camarada de infância daqui de Limeira, que tá namorando uma guria de lá.

Começo aqui a contagem regressiva para 2009 e também o balanço de 2008.
As revistas lançam as listas de melhores do ano e novamente me vejo perdido com tantos albuns e bandas que eu nem prestei atenção nestes meses que voaram. Vou baixar os que chamarem atenção pelo que li. Aqui tá rolando Fleet Foxes agora. Domingo estava ouvindo Bon Iver. Mas pela rápida olhada nas listas, sei que vai ter muita coisa bacana que foi lançada este ano para conhecer em 2009. ;-)
Aqui no blog vou lançar o meu Top 4 do ano. Aguarde!

Feliz por ter acabado o treinamento, estava na Alameda Santos, na altura da Brigadeiro Luís Antonio, parado em um farol. Sábado, uma e meia da tarde. Estava com a janela do carro aberta, um sol bonito brilhava lá fora enquanto eu olhava o movimento da calçada distraído. Pára um sujeito asqueroso do lado e coloca as duas mãos na porta do carro.

_Boa tarde!
_...
_Boa tarde!
_Boa tarde. - respondo
_O senhor vai ficar quieto e vai me passar todo o seu dinheiro se não quiser perder a vida.
_... - uns segundos se passaram para eu processar a informação

Claro que nestes segundos eu imaginei o cara entrando no carro, pensei nos livros de inglês que tanto me custaram, soltos ali no banco traseiro, pensei na mala que estava no porta-malas, fiquei pensando em como avisar uma amiga que não ia mais encontrá-la porque eu estava no domínio de um filho-da-puta asqueroso, pensei que ia dar um puta trabalho se ele levasse meus documentos e o celular, lembrei dos R$100,00 que tinha no bolso e imaginei que tinha menos dinheiro na carteira que estava no bolso da calça.

_É só o dinheiro? - perguntei
_Não faça nenhum movimento brusco e me passa todo seu dinheiro. Anda.

Tirei a carteira do bolso, puxei o dinheiro. Tinham R$49,00 ali.

_Olha, me deixa estes R$9,00 que eu preciso almoçar. - pedi com cara de coitado
_Tá certo. Se quiser chamar a polícia para me matar, pode fazer o que quiser, se quiser atirar em mim também, mas eu tenho fome e preciso comer.
_Vai comer bem, hein maluco? - pensei, mas não falei; simplesmente levantei as mãos dizendo que não ia fazer nada
_ Eu nem te vi, cara. Vai nessa. - isso eu falei enquanto estava com as mãos levantadas

Abriu o farol e acelerei, não tanto quanto o coração, mas nem vi para onde estava indo mais...
Cinco minutos depois pensei que R$40,00 pela minha vida foi uma pechincha.

heavy metal jazz

Ontem, depois da chuva, peguei o carro e fui para o Sesc Vila Mariana. Incrivelmente consegui cair na Rua Pelotas sem me perder ou pegar qualquer outro caminho que me levasse para outro lado da cidade (coisa que costuma acontecer comigo por aqui). Cheguei na porta do Sesc para ver se eles tinham ingressos para um festival de curtas sobre os direitos humanos que finalizaria com um show do Cordel do Fogo Encantado. Era um evento grauito. Tava perfeito demais. [risos] Os ingressos estavam esgotados.
Fui em direção à Consolação. Sabia mais ou menos onde ficava o Sesc Consolação, mas nunca tinha ido para àquele lado. Desci a Augusta à 120 por hora e depois de cruzar a Consolação, subi uma rua e uh la la, caí certinho na rua do Sesc! Estacionei o carro e fui ver se tinham ingressos pro show do Bocato. E sim, ainda tinham ingressos! Peguei o meu e tive cinco minutinhos para ficar ali na frente, observando as pessoas, dentre as quais avistei Carlos Careqa e depois o Carlos Calanca.
Entrei no teatro, fiquei na fileira D esperando por um show que misturaria eletrônico com jazz. Calanca estava no palco, segurando uma câmera, Careqa tava na mesma fileira que eu e conversava sobre seu futuro disco com uma amiga. Entram no palco um tecladista, um guitarrista, um baixista, um baterista, um percussionista, um saxofonista e o Bocato com seu trombone. O que vi lá não foi jazz com eletrônico. Foi heavy metal jazz!!! Era interessante ficar observando Bocato tirar os óculos para ouvir melhor. Quase todos os músicos tiveram seus momentos para os solos. Eu não gosto de virtuosismo, mas acho muito interessante e gostoso se ouvir um solo quando é no tempo certo e dentro de um contexto musical.
No final de uma hora de show, a banda foi aplaudida de pé por um teatro lotado e empolgadíssimo, que foi na sequência convidado para um coquetel pois era o lançamento do disco Hidrogênio. Bela noite!

a pilha de pratos na cozinha cresce

Cá estou novamente
De volta no canto novamente
De volta ao meu lugar
O lugar onde sempre estive
Tudo igual
Isso nunca muda
Estou de volta ao meu canto
No jogo da cura

[van morrison - the healing game]

A sala Satyros 1 estava lotada. Uma garrafa de Domecq na mesa, cigarro na mão do Julio, uma trilha sonora impecável, atuações mais que convincentes, texto fodidamente bem escrito, citações e grandes sacadas com o mundo pop contemporâneo e clássico. E por volta de noventa minutos de peça, The Healing Game de Van Morrison para terminar arrepiando os pêlos dos braços, meus caros.
Primeira peça que vejo do Bortolotto e espero ver várias outras... logo!

Que tal o novo clipe do Little Joy?

Ontem os planos para à noite mudaram por conta da minha falta de memória. Eu, como um Limeirense nato (conforme alguns amigos já constataram), esqueço que tudo aqui precisa ser programado pensando no trânsito. Mesmo que seja de um bairro vizinho para outro. Não consegui ver a peça que eu queria. Mas dei uma volta pela Paulista que está lindíssima com toda a decoração de Natal. Tomei uma cerveja por lá e fiquei conversando com uma professora de inglês que conheci ontem.

Andando aqui em Pinheiros e observando estas lojas de usados, brechós e sebos, colados em lojas modernas (a fnac fica atrás da Cultura Inglesa) e cafés finos, me bateu uma nostalgia dos tempos de Londres. Vendo estas lojas e observando inclusive os vendedores, me lembrei de Notting Hill Gate com suas lojas de discos usados ao lado de megastores modernosas.

solitário como um paulistano

Cá estou em um cyber café depois de uma manhã puxada de treinamento na Cultura Inglesa. Tô feliz de ver o número de professores bacanas fazendo o mesmo treinamento. Me sinto um bem humilde professor de inglês no meio deste povo. Tem alguns gringos no meio. Gente da Inglaterra, da Hungria, da Nigéria, e gente que fala língua que eu nem nunca ouvi falar.

O hotel é motel também. É uma espelunca e fede. Mas o preço é bom e é o que eu posso bancar. Para almoçar aqui não vou ter problemas. Tem vários botecos que servem "prato feito por 6 ou 7 reais". Hoje comi virado à paulista (eu nunca sei como se escreve isso) e quase todo o rango foi preparado em panela de barro. Tava bom. :-9

Fazia tempo que não andava tanto como estou andando aqui. E vi que é fundamental usar um protetor solar neste calor infernal que faz. Minha nuca já tá preta. O lance de andar e comer pouco para poupar, vai ser bom para tentar emagrecer. :-)

Hoje à noite pretendo ver Uma Pilha de Pratos na Cozinha, do Bortolotto. Depois devo seguir uma programação que tentei montar com eventos que vão rolar nos Sescs. Fora uns filmes que pretendo ver.

No sábado, que foi meu primeiro dia aqui, subindo a Teodoro Sampaio parei no farol e esperi na sombra, quando vi subindo a Oscar Freire um sujeito de camisa florida e sapato branco. Olhei pro rosto e era o Wander Wildner. Ele parou do meu lado no farol. Pensei em dizer alguma coisa: "curto teu som, cara; vi um show teu em piracicaba; acho legal as entrevistas que o Marcelo Costa faz contigo, sempre tomando umas cervejas importadas..." Mas o farol abriu para mim, eu atravessei a rua sem falar nada. No meio da quadra ainda olhei para trás e ele tava lá, devia estar esperando alguém. Eu mudei. Antes eu abordava estes figuras quando trombava na rua. Agora eu respeito, ou sei lá o que houve.

Acho que minha hora já vai dar aqui. E não tô afim de pagar muito pela internet.

Tem gente que certamente conseguiria lembrar de uma canção cool de alguma banda mais que cool para momentos que milhões de coisas passam pela mente. Eu, neste momento, me lembro de Hand In My Pocket da Alanis Morissette. Eu tinha um certo tesão por ela, mas hoje eu tento esconder os discos no fundo da prateleira. Todavia eu não tenho vergonha de dizer que gosto um monte daquele primeiro disco que estourou aqui no Brasil. Bobagem, eu sei. Mas este sou eu. I'm lost but I'm hopeful.