Friday, October 23, 2009

surrealismo fantástico

Adeus, Solidão!
Vou fugir da tradição dos poetas sós, sem amor
Pra me despedir escrevi essa canção
Vou dizer "Bye Bye", Solidão

Tanto tempo preparando o meu coração para um novo amor

Amiga, Solidão
Olha, se chateie, não!
Reencontrei o amor
Tchauzinho, eu vou...
Se me reencontrar, pode até me censurar por eu me atirar
Assim a uma paixão

Tanto tempo preparando o meu coração para um novo amor

Por isso eu digo: Adeus, minha amiga Solidão!
Reencontrei o amor, minha amiga Solidão!
Essa canção é um adeus, oh, Solidão!
Até mais...


Amiga Solidão,
Mestra com toda razão
Reencontrei o amor
Assim, eu vou
Vou tentar lembrar do que pôde me ensinar
Mas, agora não, faça-me o favor.


Cascadura falando por mim.

Sunday, October 17, 2010

no more lonely nights

Faz um ano que dei adeus para minha amiga Solidão. Achei surreal e citei Cascadura aqui para explicar. Hoje não consigo mais me imaginar só. Minha vida agora não é só minha. She is my guiding light. Sim, isso é brega, mesmo que seja Paul McCartney. Mas eu sou brega mesmo, vocês sabem.
Eu ainda estou numa fase de adaptação, ter uma mulher, um filho, um enteado muito querido (apesar da adolescência) é algo que não se domina assim rapidamente, em um ano. Eu acho que ainda estou longe de ser o cara que eu preciso ser para eles, mas estou me esforçando para isso.
Parece difícil descrever certos sentimentos. Saindo do bar mais cedo, em Pira, na última sexta para celebrar o dia dos professores, um amigo e professor, que também é pai, me perguntou se a farra tinha acabado. Eu disse que sim, mas que agora está melhor ainda, porque é outra farra. Ele concordou com um: não é que é? Difícil explicar isso.
Praticamente não vou mais para bares. Tenho saudade dos amigos, mas um sorriso do Francisco faz tudo parecer tão menos importante, sabe como é isso? E sei que meus amigos entendem. Entendem, não entendem? E sei também que eles estão aí. Estão, não estão?
Eu não sei se isso é só uma fase, se daqui a pouco terei uma vontade louca de sair por aí enchendo a cara. Não sei.
Mas por enquanto tudo o que eu tenho a dizer é que isso aqui ainda não é a vida que eu pedi pra Deus, mas não está tão longe assim.
E por hora é isso o que tenho a dizer: chega de noites solitárias.

Eu amo esta devoradora de histórias.

Saturday, March 18, 2006

how to fight loneliness

Sábado à noite, em casa, com muita coisa na cabeça mas no bolso nada, pensando em deitar ali para ler um livro, enquanto fico navegando porque é preciso e ouvindo discos do Wilco que não tocava aqui há tempos.

Há duas semanas recebi um postal de Liverpool, daquela minha amiga do pub, alguém aí se lembra? A guria da Hungria, fã de Lennon, que tocava Neil Young no violão, uma menina que tentou me ensinar como preparar bebidas especiais. Era alguém com quem eu podia dividir revoltas, que gostava de parar e conversar, não pensar apenas nas festas que rolavam na cidade e se preocupar em furar uma orelha, tingir o cabelo de verde ou se tatuar para voltar diferente para seu país de origem. Gosto destas amizades que deveriam ser passageiras mas que ficam.
O postal é do Lennon, hoje ela mora em Liverpool, disse ser em um lugar próximo à Penny Lane, e eu toco o papel e meu pensamento vai longe, fico naquela viagem boa de que ele veio daquela cidade industrial, que tem um time de futebol simpático, lembro do frio que passei quando lá cheguei depois de sair de um dia ensolarado de Londres, um postal que veio da cidade onde todos tem o sotaque dos Beatles, era divertidíssimo andar por lá, parecia que eu estava dentro de um documentário do cabeludos de Liverpool sempre que ouvia alguém falando.

Jeff Tweedy do Wilco continua a cantar aqui.

Come back to sleep now, my darling
and I'll keep all the bad dreams away (...)
Grow up now, my darling
Please don't grow up too fast
and be sure, darling
To make all the good times last (...)


Os bons tempos sobrevivem, penso em como conheci quase tudo desta banda de country-rock com ótimas letras em tão pouco tempo, lembro do show e ao procurar aqui (nos arquivos do blog) foi um tesão lembrar o que era estar sentado para digitar às pressas sobre a apresentação do Wilco. Terminava o post dizendo que precisava correr porque tinha show do Belle & Sebastian para ir (que vi de graça!).

Hoje recebi e-mail do amigo Marcio, brasileiro que mora no Canadá e é professor de Inglês em uma escola de Toronto. Nos conhecemos no Japão e creio que nossa principal ligação foi o fascínio que ambos tínhamos por Londres. A última vez que o encontrei foi no meio do ano passado, para um almoço japonês em São Paulo e depois um café onde pensei que talvez fosse a última vez que o veria no Brasil. Ledo engano, ainda vamos nos encontrar aqui neste país tropical, pois ele confirmou visita aos pais no meio do ano. E o melhor, o homem provavelmente assumirá aulas em uma faculdade canadense!

Depois de ler as novas vindas do Canadá, e de saber que o Marcio passou aqui pelo blog, dei uma olhada em posts como estes de Londres, quando estava super ocupado com uma ótima programação cultural: apresentação do Hermeto Pascoal no Barbican, Graham Coxon na HMV, show do Otto, sempre tinha uma galerona da Trama (gravadora), bons filmes e viagem para Barcelona com direito à minha primeira leitura de Fante.

Eu amo este país abençoado por Deus e bonito por natureza, mas sempre que pinta esta monotonia, lembro de caras que fazem a vida em outro país, em cidades legais, com centenas de opções de lazer, com segurança, lugares onde você certamente terá grana no bolso e, se dependesse só desses momentos hesitantes, eu certamente juntaria estas roupas que se acumularam aqui no quarto, pegaria os discos do Wilco e já estaria dentro de um avião com destino à uma vida que eu sonho.


Chelsea Bridge clicada por este que vos escreve, antes de fazer xixi no Tâmisa


Talvez eu só precise de um tiro no braço
Talvez tudo o que eu precise é de um tiro no braço
Alguma coisa na minha veia, sangra mais que sangue...


Isso é Wilco, numa tradução livre e sem certezas de um cara que se considera um péssimo tradutor: eu mesmo.
E para encerrar com uma resposta ao título deste:

Para lutar contra a solidão
Sorria o tempo todo, apenas sorria o tempo todo...

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