Saturday, September 03, 2005

independência e vida

Festival celebra a cultura que não aparece na grande mídia



O Americana Independente 2005 aconteceu no último final de semana, 26 e 27 de Agosto, no Grêmio Recreativo Nardini em Americana/SP. Esta foi a segunda edição do evento que celebra a cultura independente, reunindo grafiteiros, vj's, dj's e quinze bandas do cenário alternativo brasileiro, uma alemã chamada Idiot Savant e duas grandes atrações: os gaúchos do Cachorro Grande e os pernambucanos da Nação Zumbi.


A primeira noite foi do Cachorro Grande. Estes gaúchos de Porto Alegre poderiam viver nos anos 60 sem problema algum, seja pelo seu rock, pela guitarra Rickenbacker muito usada pelos Beatles, ou o piano Fender Rhodes que nos leva imediatamente para àquela década. Mas não é só do som que me refiro, eles entram no palco vestindo ternos, gravatas e chapéu "tipo Bob Dylan" - como diz a letra de uma de suas canções.
Uma banda com três discos gravados, o último masterizado em Abbey Road - estúdio localizado em Londres famoso pelas gravações de discos dos quatro garotos de Liverpool - ,fazendo shows por todo o Brasil, participando de importantes festivais,
é hoje considerada pela crítica a melhor banda underground dos anos 00.
Beto Bruno, o vocalista sobe no palco, diz boa noite e pergunta se todos já
estão com suas cervejas. Tocam quarenta minutos, intercalando hits e sons do novo
disco, e só me lembro que estou em 2005 quando o show acaba.


Nação Zumbi de Recife surgiu nos anos 90 quando ainda contavam com as letras, o vocal e toda a genialidade de Chico Science. Chico morreu em um acidente de carro em
1997, e só então o Brasil passou a reconhecer o que toda a Europa já adorava, esta mistura de maracatu, ritmos regionais com uma guitarra pesada. A Nação Zumbi continuou, e eles estão muito bem, obrigado. Continuam fazendo shows pela Europa, e hoje nota-se que estes criadores do movimento "mangue-beat" conseguem o respeito de todo o mundo, inclusive do Brasil, mesmo sem o seu mentor. É o que se tem de mais fino na música alternativa Brasileira. Não aparecem no Gugu, nem no Faustão, mas para quem busca qualidade encontra isso em festivais como este que aconteceu agora.


E em festivais como o Americana Independente é que costumam lançar grandes bandas para o público, é onde se encontra o que há de verdadeiro no cenário atual da música, onde o público sedento por novidades vai, e a partir daí procuram mais informações e materiais destas bandas e isso costuma ser muito diferente do que alguns empresários de grandes gravadoras acham que o público procura, fazendo com que suas bandas toquem muito nas rádios e em todos os programas da televisão.
Que venha a próxima edição deste festival e que o público seja cada vez maior, deixando de ser submisso à estes engravatados das gravadoras, dando assim seu grito de independência... e vida!

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