Monday, December 05, 2005

poems, everybody, poems!

Não tem nenhuma originalidade nesse jogo de gato e rato,
a não ser que compartilhemos o lixo.
Podemos deitar e rolar pelos atrasos, má-impressões,
caixas eletrônicos e sirenes alucinadas,
mas temos que desatar o nó do portão.

Cabelo cresce, unhas quebram,
o medo espreita noites manhãs e madrugadas.
E a vida segue gozando de nós vários cigarros.
Zombando desse nosso não-sei-se católico-burguezóide.

Sobe em mim Baby,
minhas costas são largas quando me aprumo,
vamos cruzar esses pântanos em busca da redenção,
nada pode ficar assim,
a gente tem que mudar esse roteirozinho manjado.
Usemos de nossa criatividade só pra sacanear esse tempo regado à tédio.

Não Baby, não diga que não pode,
não diga que não sabe se quer, não diga que não sabe;
sai desse condicional!
Essa estória é muito chata,
é muito igual, podemos mais!

Arrombe as portas na hora do discurso,
atire pedras se for inultilmente necessário,
roube flores daquele meu vestido que você adora,
troque as manchetes do jornal.
A vida é assim de arcos, flechas e band-aids.
Tiremos ao menos uma pedra desse muro...

Não saca tua arma antes do mea culpa do bandido,
tudo tem seu timming.
Bota o dedo no spray e coloriza meu cabelo.
Quero te borrar de guache e língua.
Minha boca no teu pau babando azul.
Vamos procurar pelos boeiros tudo que se perde,
a cidade esconde lá.
Acredite Baby o tempo é um moleque sacana,
quando a gente se dá conta ele já envelheceu, e aí babau.

Recolhe a roupa do varal que vem chuva da grossa,
não vamos deixar que se apaguem nossas digitais.
Tem jogo rolando no meio de campo, e eu aqui atrás do gol?!?
Te boto a mesa sem pudores modernóides, se você fizer o café.
Não tenho medo do desalinho Baby,
tenho é do disssabor.
Por essa cartilha que nos deram vamos só envelhecer precocemente.
Sem acrescentar ao aviso que diz “Não pise na grama“,
que se pode deitar e rolar.
Vem Baby, acende teu cigarro na minha boca.
Vamos botar todos os decibéis
de Mrs. Lee Hooker pra arrebentar com os tribunais dessa Inquisição;
nos consideremos perdoados.

Vem Baby, te ofereço o meu ócio e minhas poucas decisões.
Se cresço ao teu lado irradio.
Peça bebida pra dois.
Mas se não for isso, cancele a tempo de eu refazer o pedido.
Não gosto do gosto da boca seca.
Nem de salas de espera.


Mara Manhã, Mara raibã, Tanga de LÃ...
Campinas, fevereiro de 1997.

Tungado (como diz Mara) do LadoBdeMara.
E um viva ao sarau!

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