Thursday, December 01, 2005

vendo o brasil com meus olhos (e ouvidos)
para rita que me cooptou na elite da classe e sempre me instiga a ser do contra

O Brasil exporta café, modelos, jogadores de futebol, e também a obra de músicos que criaram um novo estilo (a Bossa-Nova), uma nova onda da música eletrônica (o Drum ‘n’ Bass), o gingado Brasileiro (o Samba-Rock), os grandes músicos de jazz que são mais conhecidos internacionalmente do que em sua terra natal, e hoje diríamos que até o tão falado Funk Carioca é produto de exportação.

É inegável o respeito que estrangeiros tem pela música Brasileira. Basta uma rápida pesquisa na Internet para observar quantos artistas tupiniquins já tocaram , por exemplo no Festival de Montreux. Não é difícil observar como Hermeto Pascoal é idolatrado, o talento de Tom Jobim deixou os Japoneses boquiabertos, DJ Marky foi eleito por uma revista Inglesa como o melhor DJ de Drum ‘n’ Bass (uma das vertentes da música eletrônica) do mundo, Max de Castro (músico, compositor, filho do saudoso Wilson Simonal) foi capa da revista Times (EUA) quando destacaram os novos nomes da música mundial, os Mutantes (banda de rock dos anos sessenta formada por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias) são admirados por astros de rock como Kurt Cobain (vocalista falecido do Nirvana, uma das bandas mais importantes do cenário mundial nos anos noventa), a música popular para tocar nas rádios dos Tribalistas (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown) tocou em vários países da Europa durante meses e esta lista pode não ser infinita, porém é longuíssima.

Esta admiração dos estrangeiros pela arte Brasileira não é difícil de se entender, pois temos uma vasta cultura, diversos estilos diferentes do Oiapoque ao Chuí, porém muitas vezes não notamos tamanha riqueza musical que possuímos. Tom Jobim reclamava quando o chamavam de americanizado na época que morou em Nova Iorque. Ele argumentava que nos Estados Unidos sua música era popular, enquanto no Brasil poucos gostavam de ouvi-lo. Pensando nas diferentes proporções, Jobim tinha toda razão, assim como relata em entrevista o músico Roberto Menescal: “Na Europa ou no Japão eu consigo lotar uma casa de shows com capacidade para 1.500 pessoas, aqui no Brasil isso seria um feito!”

Mas não precisamos ser saudosistas pensando apenas na Bossa-Nova, afinal as novas tendências já estão soltas no ar (nem sempre nas freqüências moduladas – FM’s), mas cantadas por vozes que falam Português e mostram que a música do Século XXI ainda tem muito talento e eles exigem seus espaços no mundo.

O próprio Roberto Menescal inovou a Bossa-Nova com o projeto chamado de BossaCucaNova, criando um estilo que mistura a música eletrônica com a batida criada por João Gilberto. O vocalista da extinta banda Farofa Carioca, o Seu Jorge lança seu segundo disco na França e faz turnês Européias ganhando o prestígio de muitos fãs da boa música mundial. A Nação Zumbi, banda de Recife que ficou órfã de seu mentor Chico Science (criador do movimento Mangue Beat junto com o Mundo Livre S/A), lota ginásios no velho mundo e tem matérias publicadas em revistas especializadas de música. A produção cultural no Brasil cresce cada vez mais e isso faz que o mundo olhe para este lado da América Latina com muito interesse.

A MPB que surgiu como um estilo dos compositores de festivais dos anos 60 já tem filhos, netos até. E hoje temos mesmo é a mpb (com letras minúsculas, pois é a música popular brasileira ou música plural brasileira como diria Lenine) que abrange diferentes ritmos musicais e atraem a todos com sua beleza, harmonia e malemolência.

E como canta Chico Buarque na canção Para Todos: “Evoé, jovens à vista!”

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