Tuesday, August 22, 2006

a sétima arte

Andei com pouca paciência para a internet nas últimas semanas.
Dediquei meu tempo livre na frente da televisão vendo filmes.
Vários filmes: alguns para passar o tempo, outros para ver belas atrizes, outros para relembrar, mas sempre me deleitando com a sétima arte.

Os últimos dois que vi foram do diretor canadense Denys Arcand:
O Declínio do Império Americano & As Invasões Bárbaras.

Denys Arcand dirigiu O Declínio do Império Americano em 1986 e depois de 18 anos gravou a sequência, As Invasões Bárbaras, trazendo os mesmos atores, onde consegue fazer uma morte de seu principal personagem parecer leve, numa reunião dos velhos amigos que se reencontraram antes de um deles partir para o lado de lá.
O diretor pensou em vários filmes, mas sempre acabavam deprimidos, pois falar de morte era sempre difícil, principalmente depois de perder oito amigos que se suicidaram.
Mas com Rémy, o personagem que morre de um câncer raro, ele conseguiu fazer um final para o filme de uma forma leve.

Eu ainda não sei se os filmes me tiram ou me puxam para a realidade.

Ainda ontem um amigo dizia que sempre me vê como "um cara que curte a realidade, que não gosta de viajar no mundo mais fantasioso". Eu tenho minhas dúvidas quanto à isso. Mas estes filmes com diálogos que discutem o nosso cotidiano, a decadência da sociedade, relações, sexo, traições e ainda mais quando com um roteiro fino, certamente me agradam milhões de vezes mais do que ver estas estórias de outros mundos com hobbits e afins.

Muitas vezes acho o nosso dia a dia tão surreal, que prefiro a arte que seja mais próxima da nossa loucura.

Sempre lembro de como chapei com os filmes de Richard Linklater, até mesmo com o Escola do Rock que vi em um cinema onde a galera vibrou no mosh de Jack Black. Mas os papos filosóficos de Jesse e Celine de Antes do Amanhecer & Antes do Pôr do Sol eram tão prazerosos e fazem valer a pena cada minuto largado ali no sofá os assistindo.

Acho que o tesão que senti ao ver estes dois ótimos filmes de Denys Arcand, com seus personagens intelectuais, mas acima de tudo, amigos, foi tão bom quanto os papos e passeios pela Europa de Jesse e Celine.

Quero mais.
Fiquem com Pessoa:

"A literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta."

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