Tuesday, October 03, 2006

como transformar lágrima em canção


Piracicaba, Teatro da Unimep, uma sexta-feira com ventos vindos do sul, sentamos em uma das últimas filas do teatro quase lotado e aguardamos pelo show.
Havia um tempo que não escutava os discos do Zeca Baleiro. Acho que foi por culpa do indie rock que tomou meu tempo desde quando estava em Londres.
Se considerarmos o fraco disco lançado em parceria com Fagner em 2003, Zeca Baleiro já está com seis discos autorais lançados no mercado fonográfico Brasileiro.
Assim que soube do show aqui na cidade vizinha, resolvi baixar o Baladas do Asfalto e Outros Blues e me atualizar um pouco com seu repertório.

Enquanto as luzes estavam acesas, depois de ficar reparando um pouco nas pessoas presentes no recinto, fiquei olhando para o ingresso na minha mão. Tão pobremente produzido. Será que não tem um curso ligado a webdesign lá? Se tiver, eu não estudo lá, não. Ou mesmo deixar o ingresso para uns alunos de publicidade lá da Unimep para produzirem, eles fariam de graça e acho que ficaria bem feito. Ou será que foram eles quem produziram? Além do design ser horrível, ter uma letra que mais parecia estar escrito Zeca BaleJro e não BaleIro, anunciaram show "acústico". Eu não entendo esta fixação das pessoas com esta palavra. É sinal de sucesso, parece, né? Tinha uma guitarra plugada lá, nem foi acústico. Parem com isso, meus filhos.


Ele entrou no palco acommpanhado da banda-de-um-homem-só: o guitarrista e gaitista Tuco Marcondes. Já vi algumas apresentações do Zeca e acho que o Tuco é o músico que mais incorporou o estilo Baleiro de ser.
Começaram com "a alma não tem cor" do Karnak, e achei ótimo estar ali sentado confortavelmente e podendo ouvir a canção sem interferência do público. Eles tocaram uma sequência de músicas do Líricas e só depois de meia hora é que apresentaram uma do "novo" disco.
O Baladas do Asfalto e Outros Blues já completou um ano! E sabe que eu gostei um monte das canções ali apresentadas? Dentre elas tocaram Balada do Céu Negro que é uma parceria de Zeca com Tuco, e o segundo também canta e manda bem.
O set list foi alterado durante o show. Ele viu umas crianças presentes ali e perguntou qual era a chantagem que os pais fizeram para levá-las lá. Mas disse que ficava feliz por estar garantindo a aposentadoria. Aí tocou uma canção de ninar chamada "Papai, Mamãe". A letra é da melhor sacanagem e disse que gostaria de gravá-la em um disco infantil que está para lançar.
Projeto é o que não falta para Zeca. Tem o selo Saravá Discos onde lança projetos especiais. Trabalha com produção também. Ele participou do tributo à Odair José, o disco Vou Tirar Você Desse Lugar, cantando Eu, Você e a Praça. E ainda no brega, tocou uma música em homenagem à Amado Batista que, com todo respeito à Frejat e sua trupe, deixa Por Você no chão. Segundo Zeca, o nome deste disco com canções bregas seria Churrascaria Psicodélica.
Ouvir gargalhadas são comuns em seus shows, assim como algumas vaias pouco sinceras quando ele brinca em Telegrama trocando o verso "mais solitário que um paulistano" por "mais humilhado que um corintiano" e ao falar da divisão do XV de Piracicaba.
Tocou Bicho de 7 Cabeças creditando aos compositores Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha, dizendo que muita gente acha que é dele a canção que tocou no filme homônimo. No final da canção disse que se quisessem continuar achando que era dele, ele não ia achar nada ruim, já que é maravilhosa.
Apresentou algumas canções do primeiro disco e acho que apenas duas do Vô Imbolá.
O teatro estava lotado e a apresentação foi linda, com uma boa energia entre público e artistas.
Foi bacana relembrar destas belas canções e saber que ainda gosto um monte das letras e melodias deste maranhense.

P.S.: Foto de Rubinhow, da TV Unimep.


Agora só me falta aprender o silêncio.

Comments:
Eu adoro vc e o Zeca.
 
Adoro Zeca... principalmente "Líricas"... é tão sensível que chego a chorar sempre que ouço! "Zeca Baleiro e Fagner", discordando de você, acho também maravilhoso, principalmente "Dezembros"!
Legal seu site! Abraço
 
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