Saturday, May 26, 2007

dois seres do futuro discutem o presente no passado



a revolta dos mortos-vivos ou se clarice lispector e lucio cardoso cantassem


- o encontro dos compositores e escritores Luís Capucho e Mathilda Kóvak,
autores da canção "Máquina de escrever".


O coração de ambos é uma máquina de escrever, como proclama a canção da dupla gravada por Pedro Luís & A Parede e por Patrícia Ahmaral, que figurou entre as mais tocadas nas chamadas FMs adultas do Brasil.
Luís Capucho acaba de lançar o romance "Rato", pela editora Rocco, e já foi gravado por nomes como Cássia Eller, enquanto Mathilda Kóvak, autora de seis livros infantis, dos quais já vendeu 75 mil exemplares, e um sétimo, que sai também pela Rocco, em outubro, já foi gravada por Rita Lee, Luís Melodia, Fernanda Abreu, Marina, Zeca Baleiro e mais um sem-número de mavericks da música brasileira. Ambos assinam ainda seus respectivos CDs: "Lua Singela" e "Mahatmatilda: a evolução de minha espécie".
Donos, portanto, do que Clarice Lispector - de quem Mathilda é sósia no semblante, e Luís, no sobressalto - chamou de um coração inteligente, que escreve canções, livros, roteiros e congêneres, estes dois autores resolveram se encontrar neste fim dos tempos, para celebrar a sobrevivência, arte na qual são bastante versados, num show lítero-musical, para comentar a paisagem contemporânea, observada de suas lunetas fincadas num futuro de quem já experimentou a destruição e sobreviveu.



O show prevê a execução de suas parcerias musicais, entremeada por considerações sobre o tempo e a loucura, numa brincadeira com a psicanálise, uma vez que Luís Capucho já foi comparado a Freud, em tese de mestrado da PUC, por seu primeiro romance "Cinema Orly", ed. Ficções do Interlúdio. O show musical, de densa veia literária, distribuída no sistema vascular desses dois decanos de um movimento artístico, confirma o vaticínio de Nietzsche: "no futuro, os filósofos cantarão e dançarão." São eles os pensadores do futuro, cujo pensamento ganha terreno no território da literatura e da música.
Disse ainda Clarice que "o futuro da tecnologia ameaça destruir tudo o que é humano no homem, mas a tecnologia não atinge a loucura: e nela então o humano do homem se refugia." E Luís, por sua vez, em "Rato", define "louco" como um adjetivo que damos àquilo que não compreendemos.
Este será, pois, o encontro de dois "loucos", que preservaram no reduto insano de seu pensamento a centelha agonizante da humanidade.
Já que ninguém está entendendo nada do presente, eles vieram do futuro para explicar, numa mostra que coaduna suas vozes, seus violões, sua performance de autores-personagens.

Quem quiser sobreviver, verá.

[mathilda kóvak]



Repertório:

- Auréola (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Bengalinha (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Sucesso com sexo (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Cuco (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Algo assim (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Os gestos das mulheres (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Vai querer (Luís Capucho – Suely Mesquita)
- Maluca (Luís Capucho)
- Americana (Betti Albano – Mathilda Kóvak)
- Quero ser sua mãe (Luís Capucho)
- Todos (Mathilda Kóvak)
- Bichinhos (Luís Capucho)
- Máquinas me respeitem (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)
- Máquina de escrever (Luís Capucho – Mathilda Kóvak)

Tópicos:

- A sobrevivência do mais fraco
- A piscina e seus pecados capitais
- O controle do tempo
- A loucura e o tempo
- O sexo dos anjos

Serviço:

dia 3 de julho no Armazém Digital, no Leblon - Rio de Janeiro

***


Mas antes de ver o pocket-show destes dois grandes figuras, você pode trocar uma idéia com Luís no lançamento do "Rato":


Luís e Mathilda,
meu coração já era quando ainda não era a palavra emoção,
mas há palavras no meu coração, letras e sons, brinquedos e diversões.
Que passem as paixões, que fiquem as canções.
Nos poemas, nos batimentos das teclas da máquina de escrever.
Vocês bateram nestas teclas e entraram há tempos para a minha história.
Flores e todo o sucesso do mundo para vocês!

Comments:
Hummm... deu vontade de ler esse "Rato"... de verdade...

E nossa! Estou linkado aqui... quanta honra! De verdade mesmo Shiraga... Por isso eu não esperava... fiquei feliz pra caramba!

Preciso começar a escrever textos pra colocar lá... ou assumir meus "filhos" que não tenho coragem de postar... hahahaha

Abração Shiraga!
E tenha um bom final de semana cara
 
Vou ler lá sim...
E sobre baixar musicas.... isso sempre foi um passatempo pra mim...
Agora eu descobri umas ferramentas pra encontrar arquivos no Rapidshare que seria muito melhor se tivesse uma ferramenta de buscas.... mas como não tem.... improvisemo-nas!
hahahahahhaa

Gostei da idéia de disponibilizar Albuns no blog...

Abração!
 
TÁ BOM SHIRAGA!! eu comento hehehehe falô então o mais culto!

Deixa eu fazer parte do seu "grupo", pq vc não me sorteou?

Ah eu vi o vídeo do blogueiro sem noção, muito bom!

bjo e inté sábado
 
Fábio, quanta informação!!! rsssss A D O R O ! Aliás, dá até uma invejinha de ver tanta coisa rolando por ai e aqui td tão parado... E a viajem pra São Paulo? Quero ver se vou esse mês, respirar um pouco aquela poluiçãozinha querida, ver algumas peças, rever amigos...
 
Que emocionante, Shiraga!
Esses fogos explodindo são foda!
Vou avisar a Mathilda!
 
Adorei o blog, Shiraga! Sou navegadora de poucas viagens e imbecyber de carteirinha. O Luís me familiariza com as new waves da rede. Muito legal! Fico lisonjeada e feliz com homenagem de tamanho bom gosto.
Clockwork Orange está no meu top ten de predileções cinematográficas!
Beijo grande. Obrigada.
Mathilda.
 
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