Sunday, June 03, 2007
la nuit américaine
Um aspecto interessante no cinema é que tudo pode se transformar: um homem pode virar mulher, uma linda mulher pode ficar feia, assim como o dia pode virar noite. E Noite Americana (Day for Night - em inglês) é a expressão que usam para cenas noturnas que são filmadas durante o dia, utilizando um filtro.
"A Noite Americana" é o segundo filme de François Truffaut que assisto. Me emociono ao ver a paixão deste diretor pelo seu trabalho. Se todos seus filmes forem como este e "Jules et Jim", ele certamente entra na minha lista de cinco melhores diretores de cinema (como se eu tivesse alguma importância e estivesse dando de alguma maneira um crédito para o diretor, né? risos).
Este filme me foi apresentado na Oficina de Cinema, quando Ricardo Picchi contou partes da história do cinema e nos apresentou a Nouvelle Vague e a sua metalinguagem através desta linda película.
Marília Almeida explica muito bem este movimento neste texto do Digestivo Cultural:
Truffaut atua como diretor. É isso mesmo, como é um filme que fala sobre outro filme, o diretor também atua dirigindo. E é lindo ver como é apaixonante a maneira dele trabalhar com os atores, notar os detalhes que são necessários para a produção de um filme, todos os obstáculos enfrentados, as frustrações da vida particular de cada um que trabalha com cinema e fazem aquilo com toda a dedicação possível.
Durante o filme eles falam muito em largar a carreira, o medo do filme não vingar, da falta de grana, mas que não conseguem abandonar o cinema porque eles adoram o que fazem.
O diretor diz que a vida particular de ninguém é perfeita, isso só acontece nos filmes, onde não há congestionamento ou problemas difíceis de serem resolvidos. E diz para o ator: "pessoas como você e eu só são felizes no trabalho, vá decorar o novo roteiro".
Jacqueline Bisset e François Truffaut
ou melhor
a atriz Julie e o diretor Ferrand
Há uma cena onde o diretor abre um pacote de livros que recebeu, e eles focam os livros que ele vai jogando na mesa: Bunuel, Carl Theodor Dreyer, Ingmar Bergman, Jean-Luc Godard, Hitchcock, Rossellini, Howard Hawks, Bressan, Lubitsch...
Annet Insdorf, professora de cinema da Columbia University e autora do livro "François Truffaut" diz que "esta é uma cena de amor em que ele diz ao público quem e o que ele ama de verdade".
As citações não ficam aí, tem um trecho em que o diretor sonha e a imagem em preto e branco mostra o menino caminhando até um cinema à noite, e conclui com ele roubando os posters de divulgação de Cidadão Kane, de Orson Welles.
São tantos os detalhes e ainda tem tanto que eu quero aprender com o cinema, e ao ver a entrevista de Annet Insdorf falando apaixonada do amor de Truffaut pela arte, é de se arrepiar. E pensar que ainda tenho tanto para conhecer, que tô querendo pedir mais uma vida para ver se dá tempo de viver tudo isso aí que eu quero.
Um aspecto interessante no cinema é que tudo pode se transformar: um homem pode virar mulher, uma linda mulher pode ficar feia, assim como o dia pode virar noite. E Noite Americana (Day for Night - em inglês) é a expressão que usam para cenas noturnas que são filmadas durante o dia, utilizando um filtro.
"A Noite Americana" é o segundo filme de François Truffaut que assisto. Me emociono ao ver a paixão deste diretor pelo seu trabalho. Se todos seus filmes forem como este e "Jules et Jim", ele certamente entra na minha lista de cinco melhores diretores de cinema (como se eu tivesse alguma importância e estivesse dando de alguma maneira um crédito para o diretor, né? risos).
Este filme me foi apresentado na Oficina de Cinema, quando Ricardo Picchi contou partes da história do cinema e nos apresentou a Nouvelle Vague e a sua metalinguagem através desta linda película.
Marília Almeida explica muito bem este movimento neste texto do Digestivo Cultural:
A Nouvelle Vague concilia o neo-realismo italiano, a teoria baziniana e o cinema norte-americano; cria um sistema de estrelas modestas, valoriza o acaso filmando nas ruas por razões tanto estéticas e econômicas, produz o arquétipo da personagem errante sempre em movimento, dá muito valor ao diálogo e narração fazendo referência a literatura constantemente, valoriza o ponto de vista do autor, preocupa-se em retratar a nova sociedade francesa e a imagem do corpo com naturalidade. A base deste cinema, por fim, pode ser resumida na idéia da liberdade.
Truffaut atua como diretor. É isso mesmo, como é um filme que fala sobre outro filme, o diretor também atua dirigindo. E é lindo ver como é apaixonante a maneira dele trabalhar com os atores, notar os detalhes que são necessários para a produção de um filme, todos os obstáculos enfrentados, as frustrações da vida particular de cada um que trabalha com cinema e fazem aquilo com toda a dedicação possível.
Durante o filme eles falam muito em largar a carreira, o medo do filme não vingar, da falta de grana, mas que não conseguem abandonar o cinema porque eles adoram o que fazem.
O diretor diz que a vida particular de ninguém é perfeita, isso só acontece nos filmes, onde não há congestionamento ou problemas difíceis de serem resolvidos. E diz para o ator: "pessoas como você e eu só são felizes no trabalho, vá decorar o novo roteiro".

ou melhor
a atriz Julie e o diretor Ferrand
Há uma cena onde o diretor abre um pacote de livros que recebeu, e eles focam os livros que ele vai jogando na mesa: Bunuel, Carl Theodor Dreyer, Ingmar Bergman, Jean-Luc Godard, Hitchcock, Rossellini, Howard Hawks, Bressan, Lubitsch...
Annet Insdorf, professora de cinema da Columbia University e autora do livro "François Truffaut" diz que "esta é uma cena de amor em que ele diz ao público quem e o que ele ama de verdade".
As citações não ficam aí, tem um trecho em que o diretor sonha e a imagem em preto e branco mostra o menino caminhando até um cinema à noite, e conclui com ele roubando os posters de divulgação de Cidadão Kane, de Orson Welles.
São tantos os detalhes e ainda tem tanto que eu quero aprender com o cinema, e ao ver a entrevista de Annet Insdorf falando apaixonada do amor de Truffaut pela arte, é de se arrepiar. E pensar que ainda tenho tanto para conhecer, que tô querendo pedir mais uma vida para ver se dá tempo de viver tudo isso aí que eu quero.
Comments:
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"a vida não é um filme e vc não entendeu/ ninguém foi ao seu quarto quando escureceu..."
a gente até percebe q a vida não é como nas músicas pop, ou nos filmes... mas isso só acontece muuuuito taaaaaaaarde!
arruma lá, é Bisset!
q mulher mais linda....affffff
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a gente até percebe q a vida não é como nas músicas pop, ou nos filmes... mas isso só acontece muuuuito taaaaaaaarde!
arruma lá, é Bisset!
q mulher mais linda....affffff
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