Sunday, July 29, 2007

something is happening here but you don't know what it is

Tive um intervalo curto nas aulas e agora já volto para a rotina que tem me acompanhado há mais de dois anos. Ainda estou sobrevivendo. Digo isso porque eu costumo partir antes que comece a gostar de ser normal, qualquer um, me sentir mais uma peça no final.
Não quer dizer que eu não goste da rotina, mas ela não é exatamente das melhores. Às vezes eu quero demais e nunca sei se eu mereço, vivo lembrando de letras do Alvin L, que é talentoso prá caramba. A questão é que eu nunca fico satisfeito, mesmo porque não vejo motivo algum para estar tranquilo. Mas não estou nas piores fases, eu lembro de me sentir realmente só, e à partir dali saber que não tendo nada, eu nada tinha para perder e aí mergulhava fundo em sensações que prefiro não lembrar mais. Hoje eu tenho algo. É pequeno, mas é alguma coisa. Mas a rotina...
Tive rotinas mais excitantes, me lembro bem, eu gostava. Tem ritmos mais puxados em outras cidades. Mas lá nas outras cidades eu não lia muito porque não sobrava muito tempo. Aí eu pondero, me acomodo, e tento me sentir em casa.
Hoje eu tenho a rotina não-excitante e não tenho muito tempo também. Porém eu noto que sei mais que nada sei, do que quando nada sabia e pensava o contrário.
Acredito que meu senso crítico andou melhorando nos últimos anos, porque eu já cheguei à pensar que eu entendia bem de algo, e hoje eu simplesmente me sinto um nada, quando ouço uns discos do Dylan, que estão na prateleira há anos, e nas canções destes discos encontramos várias referências literárias e poéticas e mesmo depois de anos conhecendo as canções, ainda não conheço as referências dele.
Dylan é mestre mesmo. Eu tenho muito o que aprender. E o tempo é tão curto.
Bob Dylan toca gaita estranhamente, as pessoas dizem, mas eu queria tocar como ele. Ele não canta bem, dizem, mas quem disse que ele precisa cantar bem para expressar lindamente suas poesias, eu pergunto.
Em Adaptação (o filme escrito por Charlie Kaufman e Donald Kaufman, baseado em livro de Susan Orlean), Charlie em crise criativa imagina-se conversando com Susan, e quando ele começa reclamar, ela pede para ele ficar quieto e focar naquilo que ele entende bem e à partir dali escrever.
Preciso aprender a gerenciar meu tempo e me dedicar às coisas que realmente preciso ver e que certamente me farão bem. Vou buscar algo que eu acredite que eu faça bem, e aí focar nisso.

Update: Hoje faleceu o cineasta Ingmar Bergman. E pensar que ele tem uma obra super vasta, e eu aqui na ignorância só assisti "O Sétimo Selo" e li "Fanny e Alexander". É destas coisas que eu falo, entende? So much to read and see, but so little time...

Comments:
Ah Shira! já ouviu "o tempo é cruel, ma é justo" acho que a vida é muito pequena! nunca vai dar tempo de nada, mesmo que o nada seja nada ou muito, porque o nada as vezes é muito e o muito as vezes não é nada! entendeu?

o dia que você respirar fundo e se sentir completo e realizado, sem espaço pra nada, mas nenhuma música, mas nenhum livro. Ou será o fim de tudo ou paixão, que acaba dando na mesma!!

eu Deus eu tenho a capacidade de noiar até em blogs alheios!!

deculpaaaaaaaaaaaaa!

beijo e tava boa sopa?
 
Ah se você vai focar em algo que você faz bem, então eu posso aguardar, porque você vai escrever um livro! Um livro cheio de referências musicais, vai ser quase um livro musical. O Nick Hornby brazuca mais britânico que eu conheco!


Beijos!
Dre
 
Que nada, nem fui ao show, e olha que eu tinha certeza que iria, mas duas semanas antes eu desanimei. Fiquei sem vontade de ser feliz. hahahahaha
Mas eu sou assim mesmo, inconstante. Digo que vou fazer uma coisa e faço outra.
Um dia eu cresco e apareço! haha

beijinhu beijinhu!dre
 
pois é... "os dias são intermináveis, mas os anos passam voando..."
 
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