Tuesday, January 08, 2008

sonhando acordado

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além


[“incenso fosse música”; leminski, paulo]


Demorei, mas cá estou para finalmente escrever um pouco sobre o curta metragem que tanto comentei com vocês por aqui:

Após várias discussões ele foi intitulado CASA COMIGO e conta os encontros e desencontros de um jovem casal.
Como vocês já devem saber, este trabalho foi produzido para a 1ª Mostra InCurta, que não teve a sua pré-estréia como gostaríamos que fosse, mas que em breve será realizada com um novo gás, amém.

Vamlá, como diria o saudoso Henfil:

Sonhar a vida que gostaríamos de viver ou viver a vida que nem sempre sonhamos?

Gabriel é um ator. Sophia uma artista plástica.
No calor da paixão resolvem alugar uma casa e viverem juntos até que a morte os separem.
Ambos acreditam na arte e nos seus sonhos.

Ele busca suporte financeiro para seu primeiro projeto: uma peça de teatro escrita por ele mesmo. Ela acredita na ambição do namorado e abre mão de suas pinturas por um tempo para fazer um trabalho qualquer, em um escritório qualquer e ganhar a grana para o sustento da casa.


[os atores Anderson Makley e Ana Lídia Miranda Durante]


Gabriel procura patrocinadores que conheçam o valor da arte e o ajudem em seu projeto. Ele não quer fazer de sua peça um simples trabalho comercial, portanto não cede a qualquer oferta de apoio.
Sophia, por sua vez, pede o apoio de Gabriel para ajudar nas despesas da casa. Talvez um bico na empresa onde ela trabalha poderia aliviar na hora de pagar as contas que começam sufocá-la.
Ele não abre mão de tentar realizar seu sonho. E, em alguns momentos, Gabriel chega a pensar que ela é fraca por não persistir em seus sonhos.
Ela acha impossível sonhar quando o trabalho a esgota, quando tem muito mês sobrando no final do salário e ainda mais quando não vê resultados no empenho do namorado.
“A vida é dura”, diria o personagem, se este tivesse saído de um livro de Lourenço Mutarelli.


[set de filmagem: Ana Lídia atuando, eu e Ricardo Picchi ao fundo]


O nome do filme foi inspirado no poema de Michel Melamed, que é lido ao final da ficção ao som de “É preciso dar um jeito meu amigo” de Erasmo Carlos.


casa comigo que te faço a pessoa
mais feliz do mundo. a mais linda,
a mais amada, respeitada, cuidada.
a mais bem comida. e a pessoa mais
namorada do mundo e a mais casada.
e a mais festas, viagens, jantares.
casa comigo que te faço a pessoa mais
realizada profissionalmente. e a mais
grávida e a mais mãe. e a pessoa
mais primeiras discussões. a pessoa
mais novas brigas e as discussões
de sempre. casa comigo que te faço
a pessoa mais separada do mundo. te
faço a pessoa mais solitária com
filho para criar do mundo. a pessoa
mais foi ao fundo do poço e dá a
volta por cima de todas. a mais reconstruiu
sua vida. a mais conheceu uma nova
pessoa, a mais se apaixonou novamente.
casa comigo que te faço a pessoa
mais casa comigo que te faço a
pessoa mais “casa comigo que te
faço a pessoa mais feliz do mundo”.


[“casa comigo”; melamed, michel]



Agora nas palavras do jornalista Cristiano Kock Vitta (a quem sou grato pelo belo texto sobre a Mostra no Jornal de Limeira):

(...) A obra de ficção traz à tona as angústias das convivências. O curta capta o momento em que a identificação entre os seres humanos torna-se cada vez instrumentalizada pelo pragmatismo. A questão que se propõe é: é possível haver sensibilidade em meio ao turbilhão de superficialidades necessárias – teoricamente – ao cotidiano do cidadão comum? Teoricamente ou não, o fato é que se faltar dinheiro, a relação de um casal “normal” pode ser bastante afetada. A ficção mostra tudo isso e muito mais. Em poucos minutos.



making of


[Lili e eu estudando o roteiro]


Esta obra só foi possível graças ao talento, esforço e dedicação dos grandes Ricardo Picchi, Marcela Scavone, Thiago Ming e Rui Correa da Silva, sócios e criadores do Núcleo Alternativo de Desenvolvimento Audiovisual.


[café da manhã antes do batente]


Filmado no mês de novembro de 2007 em Paulínia (SP), mas escrito, sonhado, debatido e reescrito desde julho de 2007 em Limeira por Adriana Dantas, Ana Lídia M. Durante, Anderson Makley, Douglas Silva, Eliara Clemente, Gustavo Vieira, Léa Blezer e por este blogueiro que lhes digita este post.


[ação!]

Espero que você possa ver este filme em breve. E que curta, ao menos metade do tanto que curtimos realizá-lo, já será o suficiente para nossa satisfação.

Comments:
UAL! OLHA A MOÇADA FAZENDO ARTE!?!
Quero ver, quero ver...
Estou sentindo falta de sua presença em meu blog.
Beijos
 
quero minha cóóóóópia! estou providenciando o seu Barfly.
 
faalaaa meu querido, férias onde? vou t mandar email com umas idéias q to tendo aí... um grande ano pra vc tb meu caro

e sim, dylan em março. e credenciado pela RP!! hehe antes disso tem o Iron, tb credenciado, mas acho q nesse vc nao vai né rs

abção
 
Sim, mas onde vou ver esse filme, meu São Benedito?
Um grande abraço a voce mais os mesmos desejos de um 2008 mais verde.
 
Nesse ano o filme passa.Deve dar um troço, heim?
beijos e boa sorte.
 
UAU!
Fábio você deixou todo mundo com água na boca! Gostaria muito de assisti-lo! Uma pena está aqui no RJ, será que rola uma amostra por aqui?


Ah em todo caso, em abril devo ir aí pra SP e a nossa cervejinha sai ou nao sai finalmente? hahahaha
 
Fábio,
que legal, saiu o filme...
bjs
 
Já posso imaginar os letreiros: " Estrelando Gay Focker!"..hehhe.Qüé!

Depois de ler essa mega propaganda do filme, eu fiquei ainda mais ansiosa pra vê-lo por completo no cinema!
Aiiiii...que frio na barriga!

Beijos Shira
 
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