ensaio sobre a cegueira

Eu ainda não vi o filme do Meirelles, tampouco li o livro do Saramago.
Mas estou mais curioso agora, que tenho dado tanto valor à visão.

(Me diz uma coisa: esta vírgula aí acima fez sentido?)

Fui com meu pai em um exame oftalmológico, ele está sendo acompanhado por um doutor especialista em glaucoma, e inevitável a minha ansiedade em ver tudo resolvido o mais rápido possível. Mas o doutor é cauteloso e quer fazer todos os exames necessários primeiro para depois submetê-lo à cirurgia.
É confortante ouvir um especialista dizer que é possível reverter a situação; que se diminuirmos a pressão dos olhos e meu pai cuidar direito (o que ele faz muito bem, porque é super caxias com os colírios e remédios que usa diariamente), ele continuará com a visão para o resto da vida.
Por hora, eu preciso é ter paciência enquanto ele faz todos os exames.
Meu irmão já leu vários artigos em sites sobre glaucoma. Já eu, estou lendo a coluna do Glauco Mattoso no Cronópios. A arte sempre me ajuda a superar qualquer dor de cabeça. A última coluna que li, ele fala sobre o protesto dos cegos em relação ao filme de Meirelles. De lá, tirei este soneto:


SONETO MELODRAMÁTICO [#122, 1999]

"Os brutos também amam" foi cinema.
"Os ricos também choram" foi novela.
Também quero propor, em palco ou tela,
um título bem claro e que não tema:

Que exponha sem vergonha o meu problema,
mostrando que a cegueira é como a cela
perpétua, sem janela, vídeo ou vela,
sem luz no fim do túnel, pena extrema.

"Os cegos também chupam" é um bom nome,
que cai como uma luva no meu drama,
pois pão nenhum é mau p'ra boa fome.

Quem não enxerga atola-se na lama,
enquanto quem enxerga lhe diz: "Tome!".
E o cego se ajoelha, toma e mama.


brasil-japão-brasil via blog

Este blog também teve uma função nesta história toda. Quando fiz o post falando do meu pai, meu querido primo Paulinho, lá do Japão, leu e logo avisou a família aqui no Brasil. Em poucos dias choveram ligações de tios e primos aqui em casa. Meu velho se sentiu bem acolhido.
Tu és demais, Paulinho! Valeu mesmo, meu velho.


sexta, coca-cola e bis

Apesar de estar tudo bem, eu perdi o tesão de ver o Cordel do Fogo Encantado e o ingresso ficou intacto na minha carteira.
Mas a boa é que tem Coca-Cola na geladeira e um pacote de Bis aqui do meu lado. ;-)


para aliviar a garganta

Lá de Serra Negra minha mãe liga e avisa que os negócios estão indo bem.
Ela estava levando cristal de gengibre para a academia e ao oferecer para o pessoal, viu que poucos conheciam, resolveu meter a mão na massa e disse que está vendendo adoidado! [risos] Ela prepara cristal de gengibre e também o shoga (que é um gengibre em conserva, que eu adoro!).
Como Serra Negra é uma cidade pequena, tudo o que acontece vira notícia muito rápido. Minha mama foi convidada para dar uma palestra, na faculdade da terceira idade de lá, sobre os benefícios do gengibre. Demais, né não? ;-)

Eu disse que ela estava antenada até com as mais novas ondas da internet, já que o Gengibre acabou de chegar e tem tudo para dar certo. Em tempos de falta de tempo, os 140 caracteres do Twitter podem ser substituídos por algumas frases gravadas ao ligar para a central do Gengibre.

Se alguém de Limeira quiser fazer umas encomendas de shoga ou cristal de gengibre, avisa aí que daqui duas semanas eu vou visitar minha velhinha! ;-)


pais e filhos

É bem bom tê-los por perto, e quando se trata de pai e mãe, eu sempre me lembro daquela canção dos Novos Baianos. Mas hoje, eu não sou o caso deles. Eles é que são o meu.


são eles que esquentam a minha vida