Thursday, January 21, 2010

filmes para aplacar o tédio

O lance de não poder colocar o pé no chão já não está mais divertido. Gostei de andar de cadeira de rodas pela primeira vez na vida, acho boa a desculpa para abusar dos favores do Hugo (brother, prepara um café e traz aqui, por favor), a Fá veio me dar banho algumas vezes, minhas férias esticaram mais uma semana; mas já deu. Quero meu pé de volta no chão!!!

O único lado bom disso tudo é que estou assistindo uns filmes, porque há tempos eu não sentava para curtir um filme atrás do outro. O Bia me serviu bem com alguns lançamentos: Moon, do filho do David Bowie, Taking Woodstock, do Ang Lee, The Box, de Richard Kelly. Soube que vou ganhar também o Whatever Works, do Woody Allen. E aí, Bia? Beleza? =)
Mas tinham alguns DVDs que estavam na prateleira me esperando, como O Curioso Caso de Benjamin Button. Lembro do André Montanhér falando deste filme há um ano. E lembrei do blog de um único post. Ou um post por ano.
Abaixo o texto dele sobre o filme de David Fincher, "o filme de uma idéia só, mas que grande idéia!"

Nem li o conto do Scott Fitzgerald que deu origem ao filme, mas suponho que seja mesmo algo meio fraco, como afirma a maioria dos críticos. A idéia original, no entanto, é tão interessante que quase posso supor que faça com o conto o mesmo que faz com o filme... sirva para arrastá-lo por 3 horas. O conto é curto.... mas vocês estenderam...

Surreal e ao mesmo tempo revolucionária, a idéia de retroceder a caminhada da vida traz mil e um questionamentos sobre vaidade, elogio da força e o caralho. Se no livro o tema vem carregado de um certo sarcasmo, a nuance do filme é água com açúcar, folhetim. Nos dois casos, a maioria dos críticos diz que foi desperdiçada uma boa idéia inicial.

Assisti ao filme boquiaberto. Sem vergonha nenhuma, boquiaberto primeiro pelos efeitos especiais (que já valem o filme, né, caralho). Boquiaberto pela... pela... pela IDÉIA INICIAL. Simples, tosca, menininha. Idiota até. Mas magnética. Ela ali, sozinha, me mantinha vivo, atormentado... a idéia inicial.

Que mal há em aguentar um pouco de folhetim, com tantos efeitos especiais maravilhosos, uma produção bem acabada e uma idéia inicial maravilhosa? Talvez o grande problema do filme seja exatamente a pretensão de clássico: não é, é um filme médio, mas nem por isso deixa de ser fascinante por conta destas três qualidades: idéia inicial, efeitos e produção.

Eu gostei. Nem sei ao certo o papel representado pela mina que é a paixão da vida do Benjamin, a sempre bela e ótima Cate Banchet. O amor, a vida em ordem cronológica natural, a pureza? Não fiz qualquer reflexão sobre a ambientação em New Orleans... acho que o cara para se pegar nisso tem de ser crítico profissional, ou não ter nada para fazer no momento. Adorei as piadinhas toscas, como quando ele menino-velho começa a meter e quase mata a puta de tanto brincar.

Nelson Hoineff lembra que na maioria dos casos o cinema necessita de um pacto entre o público e o autor, como uma concessão para o ingresso no mundo da magia. "O Mundo da Magia", parece propaganda de circo, mas foi o que eu utilizei para poder aproveitar do filme o que eu mais queria. A IDÉIA INICIAL. Linda, soberana, magnífica. Pau no cú do Brad Pitt, do diretor (Clube da Luta é do caralho), palmas para os efeitos especiais e viva a magia.

Filme médio, gostoso de ver, válido pela idéia inicial, produção e pelos efeitos. Não merece Oscar nem fodendo pois não tem conteúdo para isso, mas adorei ter visto no cinema. Apesar que minha bunda doeu pela duração do filme. Ponto.

[MONTANHÉR, André]



Comments:
Discordo de alguns - poucos - pontos do apaixonado discurso de André Montanhér, mas concordo com outros - vários - sobre este filme que me fez ir ao cinema 4 vezes assisti-lo, só para confirmar que só aparecem 6 formas como um dos moradores da casa de Benjamin foi atingido por raios, e não 7, como ele propaga no filme.
Parabéns, André, por valorizar um filme tão interessante.
Parabéns, amore mio, por estar espantando o tédio com boas películas...
Beijos
 
Cara, eu sou realmente um boca-suja.
 
Eu gostei, gostei muito. O gostosão do Brad Pitt consegue ser algo mais do que um gostosão, é um puta ator.
 
Eu ainda não vi o filme, então não posso criticar rsrsrs
 
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