A graça maior de ser adulto é não ser criança e poder realizar os desejos quando nos dá vontade sem ter que esperar pelo aniversário ou pelo natal no fim do ano quando ainda estamos em março.

Amanda Vox escreveu um post sobre realizar certos desejos e me fez lembrar de um grande amigo que não vejo há anos: o Cairo.
Tudo o que ele falava tinha uma certa poesia, às vezes tosca é verdade, mas muitas vezes singelas e de tão simples se tornavam encantadoras. (Quando escrevo vários adjetivos em uma única linha começo a desgostar do texto, mas eu sou assim, hiperbólico e não economizo adjetivos para descrever queridos amigos ou a arte deles.)
Uma vez estava na casa dele lá no Japão, com o Fabião Sakoda, e tinha uma macarronada para o almoço. Estava uma delícia e o Jones, o filho do Cairão, comentou algo sobre a comida. E foi então que o Cairo me contou sobre a relação da macarronada com a infância; história que me fez pensar em escrever estas linhas neste post.

Quando criança, Cairo adorava macarronada, mas domingo era o único dia que podia se deliciar com este prato. A razão não era clara, só se dizia que domingo era dia de macarronada. Era um suplício esperar segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado para poder apreciar um macarrão com carne e molho de tomate. Depois de adulto, dono da própria casa e do nariz, ele me disse que qualquer dia podia ser domingo.