Sunday, September 12, 2010

daqui pro futuro

Eu sempre curti o Pato Fu. Vez ou outra ainda me pego ouvindo um CD deles no carro, mas hoje eu ouço mais com vontade de apresentar esta banda mineira pro Léo e pro Chico.



Vamos fazer uma viagem no tempo e falar sobre o tempo.


sobre o tempo - Monday, May 01, 2006

Quem é o público do Pato Fu hoje?
Perguntei para os amigos que estavam comigo em direção ao Sesc Piracicaba. A gente não sabia. Mas pensando que já tiveram música até em novela, com uns sons mais pops, devem ser os adolescentes que costumamos ver em todos os shows do tal pop-rock.
Lembra quando ouvimos pela primeira vez o som dos caras?
Tínhamos 14 ou 15 anos quando os caras começaram, eu admirei muito as viagens musicais destes mineiros de BH e os conheci na mesma época em que comprei meu primeiro disco dos Mutantes.

Abre um parêntese aqui para a nostalgia:
Nesta época eu morava em São Bernardo do Campo, assistia MTV que ainda era um canal musical, fazia aulas de guitarra e produzia um fanzine que distribuia para os amigos.
Uma das edições era um especial sobre Pato Fu e Mutantes. Meu caro amigo Adriano me lembrou disso durante o show, e eu quase chorei. (risos) Este fanzine foi entregue para os brothers com uma fita cassete com gravações de trechos de um show do Pato Fu e algumas canções dos Mutantes intercaladas ali. A maioria dos amigos que liam o fanzine eram músicos (tá, eram só três ou quatro leitores) e uma das coisas que mais me orgulho na formação musical dos caras foi de ter lhes apresentado a banda de Rita, Arnaldo e Sérgio Dias.
Lembro também de escrever sobre o Nando Reis na época, pedindo atenção para o trabalho dele com Marisa Monte e Carlinhos Brown, e o cara nem tinha lançado o primeiro disco solo ainda...
Acho que eu ainda acreditava que manjava de música e isso me dava mais segurança para escrever e acertava em alguns aspectos.
Fecha o parêntese nostálgico.

Voltando ao Pato Fu.
Os caras começaram a carreira há 14 anos, com um disco independente chamado Rotomusic de Liquidificapum, que depois foi lançado pela gravadora Velas, bem experimental, com uma versão um tanto diferente de Sítio do Pica Pau Amarelo de Gilberto Gil, com a participação de 128 japs que era como John chamava a bateria eletrônica que ele programava, o disco vinha com o irreverente Hino Nacional do Pato Fu e neste lançamento estava claro que John era o frontman da banda.

Já em 1995, a banda caiu na graça da mídia e Fernanda Takai era considerada "a bela" da música daquela época, assinaram contrato com a gravadora BMG, lançaram o Gol de Quem? e conquistaram um espaço no cenário nacional, ganhando prêmios como o de Banda Revelação do 1º Video Music Brasil da MTV.

Comparações com os Mutantes surgiram aos baldes. Uma banda com três integrantes (John, Fernanda e o baixista Ricardo Koctus) que são engraçados, fazem versões completamente retardadas de clássicos como Ob-La-Di-Ob-La-Da dos Beatles, tem uma vocalista com a voz parecida com a de Rita Lee dos anos 60 e olha só, gravaram Qualquer Bobagem dos Mutantes. Sim, são os novos Mutantes! A grande mídia parece ter uma necessidade fodida de fazer comparações assim.

O que mudou para o Pato Fu agora que está em evidência na mídia? Perguntavam...
John dizia que a diferença que ele via no público dos shows do primeiro disco para o segundo era que antes tinham dez punks pulando na frente do palco, uns loucos dando mosh e trinta boyzinhos atrás só observando, e nos shows do segundo disco (disco este que já era vendido no Carrefour!) tinham cinquenta neguinhos pulando na frente do palco e cem playboys atrás só observando. O público estava crescendo.

Outro parêntese:
Uma revista chamda Trip College (filha da Trip) tinha uma página com lançamentos musicais, fizeram uma resenha tosca de Gol de Quem? com informações erradas, do tipo dizer que o autor de Vida de Operário era Falcão, o cantor engraçado do girassol. Não era. E também não é o do Rappa. Colocaram o nome errado da música dos Mutantes. Me irritei: como é que eu compro uma revista para me informar e as informações que me passam são erradas e nada novas?
Peguei meu caderno da escola e escrevi uma carta para a Trip fazendo as correções e dando novas informações sobre a banda. A carta saiu super editada ali em errata e me mandaram uns brindes para agradecer. Na época eu pensei em escrever prá eles pedindo um emprego. Não sei por que não o fiz. Eu era muito mais empolgado com tudo. E mesmo hoje acredito que eu realmente entendia de música nova naquela época. (risos)
Fecha parêntese.

Lançaram então o Tem Mas Acabou, com o sucesso Pinga, depois Televisão de Cachorro, Isopor, Ruído Rosa produzido em Londres e com direito a música na trilha sonora de uma novela global, MTV ao Vivo comemorando dez anos de carreira e agora o mais recente Toda Cura Para Todo Mal.
Mas aí esta história todos já sabem.

No show que assistimos em Piracicaba, eles tocaram muitas músicas do último disco que está lindo e algumas dos primeiros discos. Mas era engraçado reparar que só nós ali, os velhos que ainda curtem a banda, viajavam ali no meio da gurizada, e logo que terminaram de tocar a primeira música das antigas, Fernanda Takai vai ao microfone e diz: "Parece que o público aqui é bem jovem, né?"

Mesmo nas novas músicas, não vi tanta empolgação por parte dos que assistiam ali. O público vai mesmo só para ouvir os cinco hits e é isso? Depois parece que precisam "aturar" o resto do show.
Fui checar a comunidade do Pato Fu no orkut e tem um povo comentando que foi ao show, falando da alegria de vê-los ao vivo, de como conseguiram entrar no camarim e tirar fotos com os ídolos...
Acho bacana isso, eu já fui tiete, acho que ainda sou um pouco.
Mas... onde está aquela parte que nós tínhamos quando éramos jovens como estes guris, de buscar informações sobre a banda, aquela sede de conhecer tudo?
Será que basta conhecer o que todo mundo conhece?

Vi ali uma ótima apresentação, uma banda madura, tocaram os hits, mas fizeram os sons experimentais típicos deles, teve participação de um mini astronauta comandado por Fernanda Takai na música Simplicidade, o John falou com alegria do retorno dos Mutantes, contou da produção que fez do disco solo de Arnaldo Baptista... e ainda tocaram Vida Diet, que já foi postada aqui no blog umas três vezes.

Se as letras antigas que eram escritas por pessoas mais jovens, o público não conhece e as novas são escritas por pessoas um pouco mais velhas, que já são pais, falam sobre se acostumar com uma vida mais leve e não deve ter muito a ver com estes adolescentes, eu ainda quero entender: Quem é o público do Pato Fu hoje?

P.S.: Completei a coleção dos Mutantes ainda na década de noventa e ouvi os discos milhares de vezes.
P.S.2: Entrei de graça no show depois de uma conversa com o assessor de imprensa do Sesc. Durante o show discutia com o Adriano sobre o trabalho jornalístico enquanto observávamos um fotógrafo. Falei sobre a importância de conhecer o assunto para escrever sobre e queria que você pudesse ler este texto do Marcelo Costa que fala da Crítica da Música Pop. Clique e leia.

***


Ei, bem legal o texto :)
# posted by Blogger Jonas Lopes : 02 May, 2006 00:59

Eu gosto deste meu post, teve até o aval do Jonas, o que me deixou um tanto feliz na época, eu ainda estudava jornalismo e é gostoso ter amigos que são jornalistas de respeito te dando força, não é?

Continuei acompanhando o trabalho dos caras, lendo o blog do John e do Rubinho Troll. E eis que parece surgir o primeiro flerte do John com a ideia do novo disco Música de Brinquedo.

Novembro de 2006. Post do John no 665 - O Vizinho Da Besta.







O tempo passou, lançaram Daqui Pro Futuro, pude ver o show de graça, aqui do lado, em Iracemápolis. Foi logo depois da Virada Cultural. Baita show também. Na foto estou com os amigos da Confraria da Laje e o meu amigo Adriano, citado no post de 2006.


E agora, com meu guri começando ouvir uns sons e abrir um sorriso, eles lançam este disco com esta ideia bacana de reunir brinquedos para gravar um disco. O Francisco vai gostar, eu sei.


Vejam o vídeo abaixo. É sensacional. Se procurar pelo making of do Música de Brinquedo, vocês também vão gostar.



Lembrando que eles já tocaram no Música de Bolso, foram inclusive padrinhos do site e fizeram um som dentro de uma loja de brinquedo. Observem o tecladinho na mão do Lulu Camargo.



A Lia Biajoni, que agora está com 4 anos, ouviu o disco e gostou. O Biajoni disse que ela canta Sonífera Ilha (música do Música de Brinquedo) de uma maneira inusitada. No lugar de sonífera ilha, ela canta: sou hiper rainha! (risos)



Agora, aqui no final do post vou revelar uma coisa: eu ouvi o Música de Brinquedo uma vez, gostei demais da ideia, mas o disco em si não desceu. Talvez precisava de ter canções inéditas para que eu pudesse saborear melhor o som deles. Por isso no início do post disse que estava ouvindo e queria mesmo era apresentar para o Léo e pro Chico, tanto pela questão dos intrumentos infantis quanto pelas canções populares que eles precisam (precisam, certo?) conhecer. Mas agora, vendo todo o preparo do disco, o palco da nova turnê, observando o trabalho criado pela mente insana do John, estou muito afim de ouvir o disco novamente, mas principalmente ver o show!
Hey, Deivid, será que eles voltam? =)

Boa semana!

Comments:
oi Fábio,
mas que coisa fofa é o Francisco, parabéns papai, ele é lindo.
A Bia por aqui? Adorei o bolo dela que eu sei. Emfim, eu já vi algumas músicas deste novo trabalho do Pato Fu, e gostei. Achei que ao vivo não funcionaria, mas alguns colegas virtuais viram e gostaram muito.
abs
madoka
 
Música de Brinquedo é um álbum encantador... estou apaixonada desde que vc o apresentou a mim e, com certeza, em breve, muito em breve, o Chico tb se encantará pelo disco. Olhe a agenda do Pato Fu http://fernandatakai.com.br/agenda/ e vamos nos organizar para assistir o show com os meninos... que tal?
Kissão, love u.
 
Eu sou parte do publico que ouve Patu Fu! gosto muito e durante um tempo so conseguia durmir ouvindo o cd Toda Cura Para Todo Mal, a sutileza me fascina.
A Lia na verdade nao tem uma frase formada para a "Sonifera Ilha" ela canta: - sou hiper rainha Ou
- sou rainha da ilha
Eu inclusive tenho video dela cantando hahaha saudades shira.
 
Eu sou parte do publico que ouve Patu Fu! gosto muito e durante um tempo so conseguia durmir ouvindo o cd Toda Cura Para Todo Mal, a sutileza me fascina.
A Lia na verdade nao tem uma frase formada para a "Sonifera Ilha" ela canta: - sou hiper rainha Ou
- sou rainha da ilha
Eu inclusive tenho video dela cantando hahaha saudades shira.
 
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